Companheiro de Neymar no Santos, Paulo Henrique Ganso havia criticado a rigidez do esquema tático da Seleção Brasileira e atribuiu as suas atuações ruins e as do craque do Peixe na equipe nacional à falta de liberdade dada por Mano Menezes dentro de campo. Descontente com a declaração, o treinador rebateu o camisa 10 alvinegro e afirmou que a qualidade técnica dos adversários é o motivo que faz com que seus atletas não rendam o esperado dentro de campo.
O comandante não vê o seu time fragilizado pela disposição dos jogadores no gramado e disse não entender como um atleta considera que falta liberdade ao time em poucos jogos disputados com o restante da equipe. Mano Menezes ainda lembrou que Neymar e Ganso possuem funções diferentes no Santos e que o entrosamento obtido no clube dificilmente será comparado ao que será conquistado na Seleção.
‘É um pouco subjetivo isso de mais ou menos liberdade. Não dá para usar o argumento de que faltou liberdade com poucos jogos. Assim como em um clube, você vai se estabelecendo como jogador da Seleção com as suas atuações. No clube você tem mais entrosamento e o Ganso e Neymar possuem mais tempo juntos no santos. Eu li um livro recentemente que falava sobre a liberdade do Ronaldinho no Barcelona, mostrando que os jogadores não se incomodavam até um determinando momento. Temos que analisar esse custo benefício na hora de armar o time’, destacou o treinador, em entrevista concedida ao programa ‘Bem Amigos’, do canal ‘SporTv’.
Partindo dessa análise, Mano Menezes rebateu as críticas após atuações apagadas diante de equipes inferiores tecnicamente que o Brasil e defendeu os atletas que entraram em campo como adversários. ‘Você não pode ver liberdade como irresponsabilidade. Existe uma diferença de nível entre os jogadores nas seleções. Não falo do Gabão, falo da regra. Aqueles são os melhores do Gabão, assim como são os da Costa Rica, Alemanha e Espanha. Estar entre os melhores do mundo é mais difícil ainda, mais quando não se tem uma equipe entrosada.’
Mano Menezes também aproveitou a oportunidade para explicar outra polêmica declaração que foi dada recentemente. O treinador chegou a defender a ida de Neymar para o futebol europeu e gerou a insatisfação de torcedores e dirigentes do Santos. Entretanto, o comandante disse que foi mal interpretado e explicou seu ponto de vista ao dizer que o atacante só irá amadurecer na Seleção quando conviver com a realidade dos campeonatos disputados fora do País.
‘A dificuldade do Neymar na Copa América foi justamente pelos outros times jogarem com um núcleo mais apertado e ele estava de costas para a área. Ele precisava dominar a bola e girar para fazer o dois contra um. A liberdade do Neymar diminuiu com isso? Claro que não. Quando você começa a conviver com esse tipo de realidade, você descobre o que precisa fazer em campo. Na Europa existem mais coisas como essa que a gente espera. Lá você vive o padrão da Copa do Mundo, mas tem horas que tudo que você faz ou fala é alvo de críticas’, encerrou o técnico da Seleção.