O técnico Emerson Leão contou nesta manhã, com um sorriso orgulhoso, que conversou sobre ‘apartamentos e investimentos’ com Rogério Ceni e o volante Fabrício até as 19h55 de segunda-feira, no CT da Barra Funda. A intenção era demonstrar o seu bom relacionamento com o principal ídolo do São Paulo.
A especulação sobre um possível atrito iniciou porque Leão tem discordado publicamente de Rogério Ceni sobre o melhor tratamento para a lesão no ombro direito do atleta. Enquanto o técnico (respaldado pelo departamento médico) acredita que a cirurgia seja praticamente inevitável, o goleiro insiste em apostar apenas na fisioterapia para se curar. A comissão técnica concedeu tempo para o atleta provar que está certo.
‘Não estou aqui para peitar, mas para ajudar a todos’, garantiu Leão, negando também a intenção de encontrar um substituto para Ceni. O jovem Gabriel, do Cruzeiro, foi sondado, mas como opção para disputar posição com Denis a partir de 2013. ‘Não é verdade que vai chegar um goleiro para ser titular’, avisou o técnico.
Embora continue a crer na necessidade da cirurgia, Leão garantiu que compreende a opinião de Rogério Ceni. O comandante não tem pressa para uma definição pela cirurgia. ‘Dez dias atrás, o Rogério era um homem triste e calado porque sabia da gravidade do fato. Os especialistas expuseram a ele que era preciso fazer a operação. Isso pode acontecer agora ou daqui a cinco anos, até para ele jogar tênis e vôlei mais tranquilo. Mas não vamos nos afobar. Seguimos com os pés no chão, apesar de ele ter melhorado e estar animado’, disse.Segundo Leão, era natural que Rogério Ceni se sentisse melhor após começar a se tratar e ser afastado dos treinamentos com o restante do elenco. O técnico sequer tentou convencer o jogador a seguir outro caminho. ‘Se o médico e os especialistas já falaram com ele, por que eu também precisaria?’, indagou, negando que o São Paulo seja ‘Rogério e mais dez’. ‘Falem isso para o Luis Fabiano e vejam o que acontece’, ironizou.
Ceni chegou a reclamar de excesso de treinos ao avaliar a sua lesão. Leão, no entanto, não se sentiu afetado com o comentário do jogador. ‘Goleiro treina muito desde o início da carreira. Ele faz a mesma coisa há 21 anos. Repetição dá esse problema. Isso também aconteceu comigo, com o Marcos. Estamos falando de goleiros mais velhos’, comparou o ex-goleiro, citando atletas aposentados, antes de se diferenciar do ídolo são-paulino. ‘Somos iguais em dedicação e no conceito de família, mas temos personalidades distintas.’