Emerson Leão chegou de manhã para trabalhar no CT da Barra Funda. Com cinco minutos em campo, um funcionário lhe avisou que Juvenal Juvêncio o chamava em sua sala. A conversa foi curta: o técnico, que tinha contrato até o fim do ano sem multa rescisória, não trabalha mais no São Paulo. E coube ao próprio treinador anunciar a decisão em entrevista coletiva.
‘Não tivemos um minuto de conversa. Acho que foram 30 segundos’, disse Leão, extremamente tranquilo durante os 18 minutos em que conversou com a imprensa. O ex-goleiro relatou com detalhes o bate-papo que pôs fim à sua segunda passagem no clube após 44 jogos, 26 vitórias, seis empates e 12 derrotas.
‘Um funcionário disse que o Juvenal me chamava para a sala dele. Ele me disse: ‘vamos encerrar o contrato’. Respondi: ‘muito obrigado, não adianta dialogarmos mais. Sou um técnico experiente e culto e o senhor também é um dirigente experiente e culto. Só preciso falar da parte burocrática, e isso não é com um presidente. Até logo”, con
A demissão ocorre após seguidas divergências com a diretoria acentuadas há dois meses, desde o afastamento de Paulo Miranda e que culminou com o silêncio de dirigentes desde a derrota de sábado para a Portuguesa, na partida seguinte à eliminação na Copa do Brasil. Sair do clube não surpreendeu Leão.
‘Não foi surpresa porque os técnicos últimos que trabalharam aqui saíram antes. Estou completando oito meses. Para quem entrou para dois, é uma performance relativamente boa. Não existe nada que impeça o que está acontecendo agora’, disse o treinador, bastante calmo.
‘Estou saindo bem, sereno, consciente da realidade que estive em oito meses. Não estou muito preocupado nem decepcionado. O futebol permite isso. Agora espero que dê certo com outra comissão de frente’, falou o, agora, ex-técnico do São Paulo.