No fim do ano passado, sem nenhum título ou mesmo uma vaga na Libertadores, Luiz Felipe Scolari dizia ter ‘ganhado seis meses’ para conhecer o clube. Mais de nove meses depois, porém, não sabe o que fazer. O técnico desconhece a solução para o Palmeiras, algo que diz nunca ter vivido.
‘Pela primeira vez, em 20 e poucos anos de carreira, não consigo corrigir uma equipe. É claro que perco a paciência’, comentou o treinador, que exerce a função desde 1982 e só foi demitido por uma grande equipe em sua passagem de sete meses pelo Chelsea, da Inglaterra. ‘Trabalho exaustivamente há um ano e vou seguir trabalhando’, tentou minimizar.
Acuado, e repetindo insatisfação no clube, Felipão exige mais participação dos jogadores experientes de seu elenco. Ele já apontou Marcos, Marcos Assunção e Kleber como seus homens de confiança, por isso faz rodízio entre os três como capitão. A função, contudo, precisa ser mais prática do que simbólica.
‘Não posso ir ao campo puxar o calção deles. Lá dentro, tem que ter liderança e posicionamento para não tomarmos gol. Os mais jovens sabem que vão passar por problemas em determinado, mas os mais velhos já passaram por isso 20 vezes e têm que dar suporte’, cobrou Scolari, bravo também com o conformismo de seu elenco.’Não é um pouquinho, tem que ter atenção sempre. Depois de todos os jogos é ‘ah, errei’. Não tem que errar. Pode errar antes ou depois do jogo. Durante, não!’, esbravejou. ‘Não tenho o que fazer. Ou eles erram por ansiedade ou acontece alguma coisa que não tenho conhecimento.’
Extinguir o conformismo no Verdão, contudo, será difícil. Thiago Heleno usou exatamente o discurso que o chefe tanto odeia para minimizar o empate com o Atlético-PR, nessa quarta-feira, em jogo que o Palmeiras ficou desde o primeiro tempo com um a mais. ‘Às vezes o que fazemos está certo e acabamos tomando o gol. Se faltou comunicação ou erramos, aconteceu’, disse o zagueiro.
Diante deste cenário, o treinador já nem fala mais se briga por título, classificação para Libertadores ou se contenta com a Sul-americana. ‘Dos últimos 18 pontos, fizemos sete. É campanha de time que está descendo e já tinha mostrado isso a eles. Para qualquer situação melhor, precisamos de uma sequência de cinco, seis vitória. Está difícil’, admitiu. ‘Dá para ir disputando e chegar até onde pudermos. Não sei onde porque a cada dia as dificuldades aumentam mais em relação aos concorrentes’, completou Felipão.