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Em jogo sofrido, Brasil cai nas quartas da Copa do Mundo

Fantasma americano voltou a assombrar: Marta garantiu uma bela virada, mas a seleção levou empate nos acréscimos da prorrogação. Nos pênaltis, EUA 5 a 3

Por Da Redação
10 jul 2011, 15h20

Ficou claro que Marta entrou para o jogo carregando toda a frustração provocada pelas várias derrotas para as americanas em jogos decisivos nos grandes torneios

A seleção brasileira de futebol feminino chegou às quartas de final da Copa do Mundo com motivos de sobra para entrar no jogo decisivo, neste domingo, cheia de confiança. O time comandado por Marta somava três vitórias em três jogos no torneio, com sete gols marcados e nenhum sofrido. Também vinha de uma série de dezoito partidas sem derrota – estava sem perder havia mais de dois anos. Tudo isso caiu por terra quando o Brasil se deparou com seu maior fantasma: o time dos Estados Unidos, carrasco da seleção feminina em duas Copas e duas Olimpíadas. E a equipe americana ampliou esse retrospecto positivo ao eliminar o Brasil pela terceira vez de um Mundial, ao empatar por 2 a 2 na prorrogação e vencer por 5 a 3, nos pênaltis, em Dresden. O jogo foi absolutamente dramático: o Brasil estava a segundos de garantir a vitória quando levou o gol de empate, nos acréscimos da prorrogação. Os EUA seguem firmes no torneio, agora como equipe favorita à conquista do título, já que a Alemanha, atual campeã e dona da casa, já caiu. As semifinais serão disputadas por EUA e França e Japão e Suécia. Já o Brasil volta para casa sem a tão sonhada conquista de sua primeira Copa do Mundo feminina.

As americanas conseguiram dar seu primeiro passo rumo às semifinais logo a um minuto de jogo. O time começou pressionando o Brasil, e numa bola cruzada pela esquerda, a defesa se atrapalhou e Daiane desviou para o gol defendido por Andréia. Foi o primeiro gol sofrido pelo Brasil no torneio. A seleção americana aproveitou o momento ruim das brasileiras e seguiu sufocando, criando mais duas boas chances de gol. O Brasil só equilibrou o jogo por volta dos 20 minutos. Com grande dificuldade para superar a forte marcação americana, Marta criou dois lances de perigo em bolas paradas, cruzadas para a área. Aos 23 minutos, o Brasil conseguiu levar perigo outra vez, numa espetacular arrancada de Marta, que chutou para fora ao invadir a grande área. A camisa 10, no entanto, raramente achava espaço para jogar – e não conseguia esconder sua irritação com o cerco implacável das americanas. Ficou claro que Marta entrou para o jogo carregando toda a frustração provocada pelas várias derrotas para as americanas em jogos decisivos nos grandes torneios do futebol feminino.

Marta reclama com a arbitragem no jogo entre Brasil e Estados Unidos, em Dresden
Marta reclama com a arbitragem no jogo entre Brasil e Estados Unidos, em Dresden (VEJA)

Clima tenso – Marta chegou a levar um cartão amarelo por reclamação, no fim do primeiro tempo. A arbitragem tinha acabado de dar outro amarelo para Aline, numa marcação bastante duvidosa. As queixas contra a arbitragem deram lugar a uma revolta geral no começo do segundo tempo, depois que a meia Lloyd interceptou uma bola com o braço e não levou o cartão amarelo, como manda a regra. Lloyd já tinha levado um amarelo ao interromper um lindo lance de Cristiane, que emendou dois chapéus seguidos antes de levar uma patada da americana. O lance ajudou a manter o clima tenso. A seleção custava a criar lances de perigo – só conseguiu dar trabalho para a goleira Hope Solo aos 15 minutos, num lindo chute em diagonal de Cristiane. Pouco depois, Solo agarrou um bom cruzamento pela direita. Mas os EUA também levavam perigo: aos 18, Lloyd acertou o travessão ao tentar de cabeça. O Brasil enfim conseguiu uma chance de reagir aos 20 minutos, num lance que justifica todas as comparações entre Marta e Pelé.

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A atacante brasileira, que tinha sumido da partida, disparou pela esquerda. Estava cercada por três zagueiras. Deu um chapéu em duas delas e foi agarrada na área, conseguindo um pênalti, além da expulsão de Buehler, que cometeu a falta. Marta deixou Cristiane bater, e Solo pegou. A arbitragem anulou a batida, em função de uma invasão de área na hora da batida. Marta decidiu cobrar o pênalti e empatou o jogo. Era a vez da equipe americana perder a cabeça com a juíza. O time, porém, se recuperou e equilibrou a partida, mesmo jogando com uma atleta a menos. Enquanto as americanas se desdobravam para compensar a desvantagem no número de jogadoras, Marta aproveitava o espaço aberto na defesa americana e passava a aparecer mais, levando cada vez mais perigo (e sob vaias cada vez mais altas dos torcedores americanos, maioria absoluta no estádio de Dresden). Mas nenhuma das equipes conseguiu preparar chances claras de gol, provocando a decisão na prorrogação de dois tempos de quinze minutos.

Marta vira o jogo contra os Estados Unidos: depois de uma atuação digna de Pelé, a melhor do mundo comemorou como o rei
Marta vira o jogo contra os Estados Unidos: depois de uma atuação digna de Pelé, a melhor do mundo comemorou como o rei (VEJA)

Virada e recorde – Com os dois times desgastados, o Brasil enfim conseguiu fazer proveito do talento e da técnica, suas grandes vantagens nos duelos contra as americanas. Nas eliminações do Brasil pelos EUA, a força física e a organização tática sempre tinham sido decisivas. Com dez em campo e sem o mesmo vigor do início do jogo, os EUA enfim sofreram um gol brasileiro com a bola correndo. Depois de uma bola trabalhada por Maurine pelo lado esquerdo, Marta recebeu na área e, num toque mágico de canhota, encobriu Hope Solo. O gol colocou a brasileira na história: com 14 tentos em Copas, ela empatou com a alemã Prinz como maior artilheira da história dos Mundiais. A seleção americana lutou muito, mas o Brasil mostrou segurança na defesa durante toda a meia hora de tempo adicional. A única falha da zaga aconteceu no pior momento possível, quando a vitória era dada como certa, aos 16 minutos e meio da segunda etapa da prorrogação. Uma bola levantada sobre a área encontrou a craque do time americano, Wamback, que empatou o jogo de forma milagrosa e levou a decisão para os pênaltis. A potência física das americanas mais uma vez conseguia parar as brasileiras. Nas cobranças, a única a errar um pênalti foi justamente a autora do gol contra brasileiro, Daiane. Na cobrança decisiva, Krieger marcou o quinto gol americano e assegurou a classificação heroica das americanas.

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