Uma das faixas que mais chamou atenção no protesto que a torcida organizada Mancha Alviverde promoveu em frente ao portão da Academia de Futebol do Palmeiras nesta quarta-feira avisava que ‘a homofobia veste verde’. O adereço ficou exposto por pouco tempo, já que um dos líderes da manifestação ordenou que fosse retirado.
O assunto veio à tona quando o interesse do Verdão no volante Richarlyson, do Atlético-MG, se tornou público. Antes de acertar com o São Paulo, em 2005, o jogador ficou muito perto de firmar contrato com a equipe do Palestra Itália. O fracasso nas negociações irritou a diretoria palmeirense, que insistia em alfinetar o atleta e, em 2007, levantou a possibilidade de vê-lo assumindo ser gay (o que o meio-campista sempre negou).
A polêmica surgiu em 2007, quando o então diretor administrativo José Ciryllo Jr. insinuou em um programa de televisão que Richarlyson seria gay. Os advogados do jogador entraram com uma queixa-crime contra o dirigente, mas a confusão aumentou quando o juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, da 9Vara Criminal de São Paulo, arquivou o processo dizendo que ‘o que não se mostra razoável é a aceitação de homossexuais no futebol brasileiro, porque prejudicaria a uniformidade de pensamento da equipe, o entrosamento, o equilíbrio, o ideal’.
Na semana passada, durante um jantar entre conselheiros e membros da diretoria, o presidente Arnaldo Tirone foi cobrado por sócios que pertencem a torcidas organizadas do clube por causa da suposta negociação com o ex-são-paulino. O mandatário palmeirense garante que não pensa em contratar o jogador.