Buenos Aires, 19 dez (EFE).- Um argentino de 51 anos, que perdeu uma perna há três décadas em um acidente de trânsito, tornou-se neste final de semana o primeiro deficiente a atravessar nadando o Rio da Prata do Uruguai até Buenos Aires, segundo contou nesta segunda-feira à Agência Efe o próprio protagonista da façanha.
‘O rio não só é o mais largo do mundo, mas também o mais difícil para se nadar. Tem ondas a favor que te encobrem, correntes contra, do lado esquerdo e do direito, e que te empurram para baixo, é muito difícil. É preciso ter muita força’, relatou Gustavo Villarreal.
A travessia começou na primeira hora do domingo a sete quilômetros de Colônia, no litoral uruguaio, e terminou dez horas depois no porto de Buenos Aires, onde foi recebido por uma pequena comitiva de amigos e parentes.
Villarreal, que já havia tentado a proeza em outra ocasião, mas que teve que suspendê-la na metade do percurso devido às más condições meteorológicas, nadou acompanhado por uma lancha na qual viajava uma equipe de apoio, sua mulher e seu médico.
‘Foram 52 quilômetros, mas me pareceram 150. A verdade é que nunca me senti tão cansado, e já havia feito duas travessias de mais de 70 quilômetros pelo Rio Paraná, que demoraram mais, mas nenhuma foi tão pesada como esta’, admitiu o nadador.
Quando Villarreal sofreu o acidente de moto em 1982, no qual perdeu a perna, caiu em uma forte depressão que o introduziu no mundo do álcool e das drogas, mas há dez anos, graças ao apoio de sua mulher, conseguiu superar sua dependência.
Por isso, o lema de sua travessia foi ‘Não às drogas, sim ao esporte’, com o objetivo de incentivar outras pessoas em sua situação a seguir seu exemplo. EFE