O São Paulo promoveu uma cerimônia pomposa para anunciar a modernização do seu estádio, na tarde desta terça-feira. A ideia era angariar os apoios do prefeito Gilberto Kassab e do governador Geraldo Ackmin para a viabilização do projeto que prevê a cobertura do Morumbi, além das construções de uma arena de shows multiuso, de um hotel com centro de convenções e de um novo museu.
‘Precisamos dessas obras. Queremos fazer a cobertura do nosso estádio, que tem se modernizado sempre. Também necessitamos de um hotel. Se forem verificar, não há um só hotel daqui até a margem do Rio Pinheiros. Tudo isso certamente dependerá da benevolência dos senhores vereadores’, advertiu Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, fitando o prefeito Gilberto Kassab.
Torcedor do São Paulo, Kassab entendeu o recado de um entusiasmado Juvenal. O mesmo prefeito que recuou ao ajudar o Corinthians a transformar o futuro estádio em Itaquera, na Zona Leste, na sede do jogo de abertura da Copa do Mundo de 2004 disse estar comprometido em colaborar também com o Morumbi.
‘Criaram-se circunstâncias de toda a natureza para que o Corinthians fosse apoiado em muitos aspectos para ter o seu estádio, por causa da importância que a Copa tem para o Brasil. Não era só pelo Corinthians, que merece. Mas vamos esquecer as disputas saudáveis do passado. Precisamos pensar nos outros grandes clubes da cidade. Não é questão de fazer justiça. Nada mais justo do que apoiar o São Paulo a ter o seu estádio reformado’, discursou Kassab.
O prefeito ainda garantiu que irá se empenhar para ajustar a legislação municipal em benefício do São Paulo. ‘A cidade de São Paulo estará ao lado do São Paulo. Faremos um esforço muito grande para fazer o correto. Sem a reforma, o Morumbi ficará em situação de dificuldades para ser mantido, o que não é bom para a cidade. Portanto, contem conosco. Vou encaminhar o projeto de lei para tornarmos possível a realização das obras. Não menosprezaremos as leis, que foram feitas para cumprirmos, mas faremos os ajustes necessários’, prometeu.
Juvenal Juvêncio ficou satisfeito com as palavras de Gilberto Kassab. E mais ainda quando o governador Geraldo Alckmin falou sobre o seu engajamento em facilitar o acesso ao Morumbi – atualmente ‘precaríssimo’, segundo o próprio presidente do São Paulo. ‘Mobilidade urbana é a grande dificuldade das megalópoles. Aqui, teremos a linha quatro do metrô, a mais moderna do Brasil, a Estação Morumbi-São Paulo. Também implantaremos a linha 17 do monotrilho, já em obras. Esta será a melhor esquina do País’, sorriu, definindo o projeto da diretoria tricolor como ‘show de bola’.
Após enquadrar o seu projeto à legislação (depende das concessões de alvarás, licenças e demais autorizações), o São Paulo acredita que precisará de 18 meses para concluir as obras. A reforma está a cargo da empreiteira Andrade Gutierrez, que receberá recursos de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões de investidores mantidos em sigilo. A recompensa é o direito de explorar comercialmente a arena de shows (que terá seus naming rights vendidos) e o hotel por um prazo ainda não estabelecido, mediante também ao pagamento de royalties. ‘Não queremos R$ 1 do dinheiro público e não colocaremos R$ 1 do nosso caixa’, assegurou José Francisco Manssur, assessor da presidência.
Durante a reforma, o Morumbi não deverá ser impossibilitado para receber jogos de futebol. A ideia é fazer as obras gradativamente, por setores, e terminar a implantação da cobertura quando os campeonatos estiverem paralisados. A nova arena de shows, no próprio estádio, também não prejudicará a realização de jogos, pois não utiliza o gramado. Terá espaço para receber 25.000 pessoas.