Enquanto o Corinthians acredita estar entrando de sola no poderoso mercado chinês com a contratação do meia-atacante Chen Zizao, o São Paulo julga adotar estratégia mais adequada ao planejar intercâmbios, investimentos em escolinhas e projetos de marketing no país asiático.
‘Não acompanho as ações do outro time, prefiro pensar no meu, mas a nossa estratégia é muito mais adequada. Estamos nos introduzindo firmemente, colocando nossa marca na China com muita força. Não somos apegados ao delírio. O São Paulo não é só uma banca de negócios. Não cogitamos trazer jogador (para o time profissional), porque há 180 milhões de brasileiros com alto nível técnico. Somos o país do futebol, não é o que dizem?’, ironizou o vice-presidente de futebol tricolor, João Paulo de Jesus Lopes, em entrevista à GE.Net.
O interesse do Timão em contratar um atleta chinês sequer havia se tornado público quando o rival começou a se movimentar do outro lado do mundo. Em abril de 2011, o prefeito de Qingdao, município da China com 4,5 milhões de habitantes, veio ao Brasil para conhecer o Morumbi, o Centro de Formação de Atletas Laudo Natel, em Cotia, e as ações de marketing do clube paulista.
‘Existem contatos, possibilidades, são coisas que andam a passos firmes, mas lentos. Realmente temos a associação com esse agente e está muito bem, a relação é boa, ele tem ótimo trânsito no mundo inteiro, porque é um investidor com grande expectativa de sucesso’, explicou Jesus Lopes, admitindo que a estratégia do São Paulo é mais lenta que a do Corinthians, embora a considere mais eficiente.
‘É algo ainda inicial. A intenção do clube é conhecer o mercado, ver de que maneira podemos nos introduzir. Não é só um ataque localizado (como a contratação de Chen pelo Corinthians). Essa taxa de crescimento incrível da China também pode nos ajudar. Nesse conceito de globalização, nós temos o dever de nos introduzir nesse mercado’, completou o dirigente.
Agora vice-presidente alvinegro, o ex-diretor de marketing Luis Paulo Rosenberg – principal entusiasta da contratação de Zizao – garante que as ações do Corinthians vão além de um ‘ataque localizado’. A ideia é que a chegada do atleta sirva para abrir as portas do mercado asiático para o clube. Feito isso, a diretoria pretende dar início a um intercâmbio que ajude o futebol chinês a se tornar mais competitivo e desperte apreço da grande população pelo esporte e ao mesmo tempo pelo Timão, o que geraria lucros.
O molde a ser seguido é o Sport Club Corinthians Santa Fé, equipe amadora da Argentina que tem como único objetivo revelar bons jogadores e enviá-los ao Brasil.