Por Leonardo Maia
Rio – Fosse uma noite de sábado qualquer, um Botafogo e Bahia qualquer, o Engenhão estaria vazio e silencioso. Mas este sábado era dia de os botafoguenses comemorarem a chegada de um novo ídolo. Sim, porque antes mesmo de jogar um minuto sequer Clarence Seedorf já desembarcou ídolo em General Severiano. A partida contra os baianos, pela oitava rodada do Brasileiro, era apenas ocasião para montar a festa para o craque holandês. Tanto melhor que, talvez motivados pelo novo companheiro, o time jogou bem e goleou os visitantes com tranquilidade: 3 a 0.
Cerca de 20 mil alvinegros vibraram, portanto, antes de a bola rolar, quando Seedorf vestiu a camisa 10 do clube no centro do gramado, e durante todo o confronto.
“Na semana que vem começo a treinar para ajudar o Botafogo a ir para cima”, disse Seedorf durante sua apresentação, com um português com sotaque.
Dúvida alimentada por Oswaldo de Oliveira durante a semana, Cidinho ganhou a chance e fez o máximo dela ao marcar dois gols. Elkeson, improvisado como homem de referência, com as saídas de Loco Abreu e Herrera, contribuiu com um lindo gol e o Botafogo chegou aos 12 pontos, na sexta posição.
“É uma felicidade marcar dois gols na minha primeira oportunidade como titular no Brasileiro. Agradeço a confiança do Oswaldo”, comemorou o garoto da base, que seria o protagonista da noite não fosse a presença de um astro do futebol mundial.
O Bahia não vence o Botafogo há 12 anos. Com a terceira derrota, o time baiano – que jogou de vermelho e branco como se fosse o Arsenal, da Inglaterra – para nos sete pontos.
A festa antes do jogo teve um rápido prolongamento aos sete minutos, quando Márcio Azevedo venceu o ex-rubro-negro Kleberson e cruzou. O baixinho Cidinho cabeceou sem marcação para abrir o placar.
Daí em diante, a excitação de torcedores e jogadores arrefeceu e o jogo caiu em certo marasmo, só interrompido brevemente quando Antônio Carlos e Souza se desentenderam. O atacante ex-Flamengo deixou o braço no rosto do zagueiro. O árbitro contemporizou com dois amarelos, mas um vermelho ao calvo centroavante não seria exagero.
No último minuto, Cidinho arriscou de longe, a bola desviou em Titi e matou Marcelo Lomba.
Qualquer chance de reação dos baianos caiu por terra com dois minutos do segundo tempo. Renato passou a Elkeson, que acertou uma rosca de canhota da meia-lua e acertou na gaveta de Lomba.
“Esse tempo que eu fiquei fora do time titular eu me dediquei muito. Graças a Deus eu fui bem. É uma adaptação nova para mim. Quero apenas jogar futebol e ter alegria”, desabafou Elkeson.
Um belo espetáculo para visão de Seedorf, que acompanhou o jogo de um camarote, ao lado da mulher e filhos. Devidamente vestido com o uniforme de jogo.
FICHA TÉCNICA:
BOTAFOGO 3 X 0 BAHIA
BOTAFOGO – Jefferson; Lucas, Antônio Carlos, Fábio Ferreira e Márcio Azevedo; Lucas Zen, Renato, Andrezinho, Vitor Júnior (Sassá) e Cidinho (Fellype Gabriel); Elkeson (Jadson). Técnico – Oswaldo de Oliveira.
BAHIA – Marcelo Lomba; Fabinho, Danny Morais, Titi e Hélder; Fahel, Kleberson, Gabriel e Mancini; Elias (Lulinha) e Souza (Jones). Técnico – Paulo Roberto Falcão.
GOLS – Cidinho, aos 7 e aos 45 minutos do tempo. Elkeson, aos 2 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Raphael Claus (SP).
CARTÃO AMARELO – Antônio Carlos, Elkeson. Souza, Elias, Titi, Hélder, Danny Morais.
RENDA e PÚBLICO – Não disponíveis.
LOCAL – Estádio João Havelange (Engenhão), no Rio.