A dois meses de se licenciar do cargo, Andrés Sanchez orgulha-se de ter 97% de aprovação de seu mandato na presidência do Corinthians – segundo ele, trata-se do resultado de uma pesquisa feita internamente. Até por conta da boa aceitação junto a diversos segmentos, o dirigente vem sendo especulado para assumir novas posições políticas, mesmo fora do clube, a partir do ano que vem. Mas nega todas elas para prometer exclusividade à vida particular.
‘Saio em dezembro e, mesmo que tenha mudança de estatuto, eu não continuo, não sou candidato. Vou procurar ajudar meu sucessor se ele me pedir. Não trabalho com hipótese de CBF, de nada. Eu trabalho com a hipótese de ir para a minha casa, encher a lata e namorar bastante’, garantiu Andrés, na quinta-feira. ‘Apesar de eu não beber’, brincou, logo depois.
Foram quatro anos à frente do clube. Depois de assumir por mandato-tampão, em 2007, ele se elegeu para continuar na presidência e alterou o estatuto para impedir possibilidade de reeleição. Além deste, outros feitos considerados importantes foram a construção do CT Joaquim Grava, próximo ao Parque Ecológico do Tietê, e o início das obras do futuro estádio, em Itaquera.
Candidato da situação para sucessão, Mário Gobbi, ex-diretor de futebol do Corinthians, já declarou que aceitará todo tipo de auxílio do atual presidente caso seja escolhido pela maioria dos sócios. Mas acredita que ele tende a saltos maiores. Fora a CBF, cogita-se o mandatário para presidir a possível liga de clubes a ser criada para rivalizar com o Clube dos 13. Mais do que isso: filiado ao PT, Andrés tem seu nome ventilado para pleitear inclusive altos cargos políticos.
Amigo de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e de Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, ele se considera apenas futuro ex-presidente do Corinthians. E nessa condição, arrebanha muitos fãs por onde vai. Em palestra de Luis Paulo Rosenberg (diretor de marketing), na quinta-feira, Andrés foi parado por dezenas de estudantes para fotografias e autógrafos. ‘Sabe quem está aqui? O Andrés Sanchez!’, comentava a a maioria deles, ao telefone celular.