A comemoração tímida do atacante Emerson após marcar o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Linense foi usada como exemplo pelo técnico Tite, que falou grosso ao pedir mais vibração aos seus comandados nos vestiários do Pacaembu. Nesta segunda-feira, o Sheik apareceu sorridente no CT Joaquim Grava e disse concordar com a opinião do treinador, mas garantiu que não foi excessivamente frio após balançar as redes.
Faltou vibração, reclamou Tite
‘Vocês assistiram ao jogo? Eu não comemorei? Eu comemorei, sim’, defendeu-se o camisa 11, antes de explicar o que o levou a apenas erguer o dedo indicador e caminhar por alguns metros antes de ser abraçado pelos colegas. ‘Estava sentindo algumas dores e queria ajudar um pouco mais. Estava pedindo muito a Deus para sobrar uma bola e falei a Ele que, se marcasse um gol, iria agradecer. E a minha comemoração foi apontando para o céu, foi muito bonita, de agradecimento. Deus sabe que eu comemorei’.Tite elevou o tom de voz em sua entrevista após a partida e fez semelhante na reunião com os jogadores. Segundo Emerson, que até pediu para que não criem ‘confusão onde não tem’, nada que interfira no bom ambiente do grupo.
‘Ele fala com a gente em um tom leve, porque é muito educado e muito polido em tudo o que faz, mas chama a atenção para essas coisas, sim. Em algum momento da partida, ele entendeu que faltou um pouco mais de vontade, um pouco mais de tesão. Ele nos cobrou e isso é válido. Todos estão de acordo com ele, sabemos que podemos dar um pouco mais’, emendou o atacante, sem deixar o bom humor de lado.
‘Se eu entender que devo agradecer mais uma vez quando marcar um gol, vou agradecer. Mas aí vou colocar os dois dedos para cima e dar uma volta correndo’, gargalhou. ‘Ainda não tive contato com o Tite para explicar a comemoração, mas acho que ele vai ficar feliz quando eu falar: ‘professor, comemorei com Deus e tal”.
Apesar dos sorrisos, Emerson entendeu a exigência do treinador. Desde o início da pré-temporada, Tite garante que não está disposto a utilizar o Paulistão apenas como laboratório para a Copa Libertadores. O comandante quer que o time tenha o mesmo ‘tesão’ que teve na reta final do Brasileirão do ano passado em jogos contra equipes pequenas. O Sheik diz que o chefe está ‘completo de razão’, mas acredita que os atletas alvinegros ainda vão demorar um pouco para retomar a mesma pegada.
‘A gente estava decidindo um Brasileiro e agora estamos iniciando um Campeonato Paulista, então é diferente. Estamos voltando de férias, a galera treinou só dez dias. A gente precisa de um pouco mais de tempo para pegar essa magia de volta, mas tenho certeza que o grupo está focado’, disse, sem se assustar com a repercussão. ‘O Corinthians é muito grande’.