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Aos 33, Lúcio supera rótulo de vagabundo para ser o 100 do mundo

Por Da Redação
Atualizado em 19 jul 2016, 13h31 - Publicado em 20 jun 2012, 05h03

Há quase dez anos, Lúcio convivia no Palestra Itália com o grito ‘Lúcio vagabundo, é o pior lateral do mundo’. Ao completar o seu 33aniversário nesta quarta-feira, o atual titular da posição no Náutico faz um balanço de sua carreira e mostra ter superado as decepções do passado ao fazer uma avaliação modesta e bem-humorada de si: ‘Sou o 100melhor lateral do mundo.’

O canto da torcida, pichado em letras verdes em um dos túneis do antigo estádio alviverde, fazia alusão a uma brincadeira do jogador com o jornalista Jorge Kajuru e ilustrava uma das mais ferrenhas perseguições sofridas por um atleta na história recente do clube. A situação, comparada pelo próprio jogador com a vivida pelo atacante palmeirense Luan, determinaria sua saída da equipe e seria o ponto de partida para sua ascensão no futebol.

Campeão do Brasileiro de 2006 no banco de reservas são-paulino e titular no vice-campeonato do Grêmio na Libertadores de 2007, Lúcio conversou com a Gazeta Esportiva.Net e lembrou de pontos marcantes em sua trajetória no futebol. Entre a sua conturbada saída do Grêmio e a grave lesão sofrida na Alemanha, o lateral teve tempo para recordar bons momentos vividos no São Caetano e no próprio Palmeiras, além de traçar sua principal meta para o restante da carreira: conquistar a América pela primeira vez.Gazeta Esportiva.Net: Hoje você comemora 33 anos de idade, sendo boa parte deles dedicado ao futebol profissional. Como você avalia a sua carreira até o momento?

Lúcio: Eu faço a melhor avaliação possível. Eu tenho orgulho de ver como tudo começou e poder crescer, me tornar um jogador profissional de futebol. Hoje, eu posso dizer que tenho uma história no esporte. Seja ela pequena ou grande, os torcedores é que vão dizer, mas carrego comigo a consciência de ter feito um bom trabalho por todos os clubes que passei.

GE.Net: Dá para dizer que tudo saiu como o planejado até aqui ou você almejava um rumo diferente para a sua carreira?

Lúcio: Nesse meio você tem muitas alegrias, decepções, tristezas… Eu acho que eu não posso dizer que saiu tudo do jeito que eu planejei, porque eu realmente não planejei nada. Deixei a vida me levar. Acho que se você planeja e alguma coisa dá errado, a frustração é ainda maior. Você vai vivendo cada dia da maneira mais intensa, e isso é até melhor, pois você sempre está querendo conquistar mais alguma coisa.GE.Net: As boas passagens por São Bento e Ituano no início de sua carreira te deixaram com boa fama no interior paulista. Entretanto, você jogou poucas vezes quando foi contratado pelo São Caetano, em 2002. O que aconteceu?

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Lúcio: Foi um problema de confiança. O Jair Picerni foi quem me levou para o São Caetano e, na sequência, ele saiu. Depois assumiu o Mário Sérgio e ele não gostava tanto dessa coisa de jogador habilidoso, rápido na lateral. Muitas vezes eu comecei jogando e ele me tirava, tirava o Aílton, e procurava colocar jogadores de muita força. Ele chegou para mim e falou que meu estilo de jogo era excelente, mas que para o esquema tático dele eu não serviria. Eu respeitei e tudo mais. Eu também não era tão conhecido e acho que isso causou certa dúvida na cabeça dele. Não adianta brigar, porque eu estava começando no futebol e o treinador já tinha certa consagração. Eu tenho que mostrar que sou capaz jogando bola.

GE.Net: Mesmo assim, como foi ter feito parte daquele time do São Caetano que passava por uma grande fase, sendo inclusive vice-campeão da Libertadores antes da sua chegada?

Lúcio: Eu posso dizer que essa passagem foi histórica. Todos os jogadores que atuavam naquela equipe, até os reservas, já tinham passado por alguns dos quatro times grandes de São Paulo. Quando o jogo era contra um destes clubes, nós sabíamos que a torcida era forte, mas a partir do momento que a bola rolava, a gente tinha a qualidade do Adãozinho, do Silvio Luiz, do Aílton e de tantos outros. Jamais ficávamos com medo de fazer uma jogada que poderia não dar certo. Nós tínhamos plena confiança na qualidade e força daquele time.

GE.Net: E sobre o Palmeiras, o que você pode falar de sua passagem por lá?

Lúcio: Foi aquele time que me deu toda aquela projeção. Lá eu fiquei conhecido como o lateral esquerdo Lúcio. Eu agradeço muito ao Palmeiras pela sequência que passei ali, principalmente na Série B, onde muitos jogadores que foram convidados não quiseram jogar por causa da pressão. Nisso, eu, Vagner Love, Diego Souza, junto com outros jogadores, conseguimos levar o time ao acesso. E se a gente não subisse o time naquele ano, aí sim a pressão ficaria insustentável lá dentro.

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GE.Net: É verdade que o Corinthians chegou a fazer uma proposta para te tirar do Palmeiras depois da Série B?

Lúcio: Depois da Série B, eu vivi aquela incerteza sobre renovar o meu contrato ou não. A minha intenção era permanecer com mais um ano de contrato, porque seria o ano da minha vida, o Dia D. Eu procurei jogar ao máximo e consegui responder bem em termos de futebol, só que o Corinthians chegou a conversar com o meu irmão, sim. Na época, o Rivellino teve uma breve conversa com ele e começaram a aparecer montagens minhas com a camisa do Corinthians. Mas isso foi uma coisa rápida e eu acabei renovando o meu contrato depois.GE.Net: Como foi a sua relação com o torcedor palmeirense? Antes você era querido por alguns, mas depois passou a ser xingado e perseguido. Você considera injustas as críticas sofridas pela torcida?

Lúcio: O Vagner Love saiu, o Diego Souza saiu, e ninguém entendeu até hoje o porquê eles me xingavam. Um torcedor qualquer que entrasse no estádio se surpreenderia, porque eu atuava na lateral, fazia gols, e eles continuavam me ofendendo. Enquanto as agressões eram verbais, eu aceitava, mas as ameaças poderiam ter se tornado físicas e acharam melhor me afastar do clube. Depois, alguns chegaram a ironizar a torcida. Como eles falavam que eu não prestava, eu deveria ter ido para uma divisão inferior, mas acabei no São Paulo, que era um dos melhores times do País. Mas até hoje torcedores me param na rua e me agradecem. Lembram da Série B, dizem obrigado por eu ter ajudado a subir o time. Isso conta muito para mim.

GE.Net: As críticas se intensificaram depois que você disse se considerar um dos melhores laterais do mundo. Você realmente se colocava nesse grupo ou foi mal interpretado?

Lúcio: Não tinha nem como eu me colocar nesse grupo, eu estava apenas começando. Isso tudo foi uma brincadeira com o Jorge Kajuru (jornalista e apresentador de programas esportivos). Eu falei para ele que era melhor parar com isso, que não tinha cabimento, mas todos sabem como é a personalidade brincalhona do Kajuru. Eu fui mal interpretado e as derrotas começaram a vir com o tempo. Tem torcedor que xinga e grita apenas com o que lê. Às vezes, eles nem assistem aos jogos. Tudo isso acarretou nessa revolta. Uma vez, ouvi o Marcos dizendo nos vestiários que eu era o único que tinha o direito de não subir a campo por causa dessa situação. Não importava o que eu fazia dentro do gramado, eles iam me xingar de qualquer jeito.GE.Net: O que você pensa dos gritos de ‘vagabundo’ e ‘pior lateral do mundo’ que a torcida do Palmeiras passou a cantar depois disso?

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Lúcio: Não quero me gabar, mas eu consegui superar tudo isso. Joguei uma final de Libertadores e provei o contrário do que eles gritavam. Eram trinta mil pessoas no estádio me xingando dessa forma e existiam pessoas que me ofendiam sem nem saber o porquê. Posso bater no peito e dizer que superei esta fase com todas as letras. Eu não sou o vagabundo que eles estavam falando. Os mesmos que me chamavam de vagabundo continuam na mesma, enquanto eu já passei pela Europa e continuo ganhando a vida jogando futebol.

GE.Net: Você vê essa sua situação se repetindo atualmente com o atacante Luan, do próprio Palmeiras?

Lúcio: Eu assisti a vários jogos do Palmeiras e o Luan sempre se apresentou muito bem, é um dos principais nomes daquele grupo. Mas, quando o Palmeiras perde, não perde o grupo do Palmeiras, perde o Luan. Ele é xingado com derrota ou empate, é uma falta de respeito. Hoje o time tem uma vantagem muito grande de 2 a 0 sobre o Grêmio, na Copa do Brasil, e, se nesse caminho acontecer alguma coisa, esse xingamento vai estar presente. Não foi só comigo ou com o Luan, o próprio Edmílson (pentacampeão com a Seleção) passou por isso e chegou a dizer que isso só vai acabar quando acontecer alguma coisa mais séria. Xingar jogador lá virou uma coisa de praxe para a torcida.

GE.Net: Se você pudesse formular um ranking com os melhores laterais do mundo, em que posição você se colocaria hoje?

Lúcio: Tem muita gente boa hoje em dia. O Marcelo, do Real Madrid é um dos que eu gosto muito, por exemplo. Mas o mais importante é estar bem. Hoje em dia eu ainda sou improvisado no meio-campo também, mas acho que conseguiria ocupar o centésimo lugar neste ranking (risos).

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GE.Net: E quem são os melhores laterais do mundo atualmente?

Lúcio: O Marcelo, do Real Madrid, está muito bem. Eu gosto muito também do Carlinhos, do Fluminense. Eu acho que até o Fábio Santos, do Corinthians, entra nessa lista. O próprio Juninho, do Palmeiras, é muito bom jogador. Esses nomes estarão mais perto de convocações para a Seleção e acho que são os melhores atualmente.

GE.Net: Você foi emprestado ao São Paulo pelo Palmeiras e fez parte do elenco campeão brasileiro em 2006. Até que ponto ser reserva do Júnior foi benéfico para a sua carreira?

Lúcio: O Júnior é um jogador de qualidade. Quando eu fui para o São Paulo, eles estavam com o time formado e eu fui para lá sabendo que eu seria reserva do Júnior. Eu continuava esperando a minha chance, mas não tive tantas assim como eu imaginava. O próprio Muricy sabia da minha qualidade, mas ele tinha outras opções, como improvisar o Richarlyson na ausência do titular. Era mais uma escolha do treinador e eu respeitei isso.GE.Net: Em seguida, você se destacou no Grêmio e chegou a ser vice da Libertadores. Este foi o melhor momento da sua carreira?

Lúcio: Com certeza. Foi o time que me deu aquele trampolim para chegar à Europa. Eu senti que estava jogando em um nível muito alto com os outros jogadores, como o Carlos Eduardo, Lucas, Galatto. Depois disso, eu e o Carlos Eduardo fomos para a Alemanha, o Lucas para a Inglaterra. Naquela época, o terceiro goleiro era o atual do Corinthians, o Cássio. Então, era um nível muito alto. Além disso, o Mano Menezes me colocou para jogar na minha função e eu procurava usar as minhas características para me sair bem.

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GE.Net: Você ainda voltaria para o Grêmio em 2009 e permaneceria no clube até o término da última temporada. O que aconteceu de fato para você ter deixado o Grêmio após a chegada do técnico Caio Júnior?

Lúcio: Eles mentiram para mim. Primeiro falaram que era uma preferência do treinador, o Caio Júnior. Disseram que ele não contaria comigo. Eu até achei estranho, porque já tinham tirado minhas coisas do vestiário. Não me deixaram nem falar com a minha esposa, já me colocaram de lado com outros tantos atletas. Isso não se faz nem com um jogador que chegou há três dias no clube, quanto mais com alguém que estava há cinco, como eu. Não foi nada com a torcida, nada com o clube. Foi uma postura da diretoria. Isso foi coisa de gente que não vivenciou o futebol da maneira que vivenciamos. Eles apenas caíram de paraquedas lá. Se eles tentaram fazer isso com o Renato Gaúcho, que deu o título mais importante da história do Grêmio, imagina com a gente que estava procurando um lugar ao sol.

GE.Net: E como você recebeu a notícia de que o Grêmio não queria mais contar com o seu futebol depois de tanto tempo?

Lúcio: Eu achei estranho, porque nem treinando em separado eu estava. Se o treinador não me queria mais, eu teria que me manter nas atividades com o grupo para ter condições de jogar assim que um outro clube demonstrasse interesse no meu futebol. Mas eles marcavam treino com duas horas de diferença, davam folga para o time principal e colocavam a gente para treinar e vice e versa. Eu comecei a desconfiar que isso tudo era coisa da diretoria, eles queriam jogar nas costas de alguém. Depois disso, o próprio goleiro Victor chegou em mim e falou que o elenco estava com receio de que coisas desse tipo acontecessem novamente. Ele disse que se fizeram com alguém que tem uma história monstruosa como a minha, poderiam ter feito com qualquer um. Mas eu não tenho raiva, pois cheguei a ver torcedores do Grêmio me parando nas ruas e me pedindo desculpas por causa do modo como o clube estava me tratando.GE.Net: Sua ida para a Europa teve boas atuações, mas uma lesão te deixou praticamente 15 meses fora dos gramados. Você chegou a passar alguma dificuldade ou sofrer com a falta de apoio do clube neste período?

Lúcio: Não, nenhuma dificuldade. Acho que essa lesão ajudou em alguns pontos, pois eu pulei várias casas para aprender alemão. Quando eu me lesionei, eu não podia receber instruções em inglês, pois muitos não sabiam falar esse idioma, e eu tive que aprender o alemão a fundo e da maneira mais dolorosa. O aprendizado em termos da língua e do clube foi muito grande. Os torcedores também entenderam e apoiaram muito. Eu duvido que se eu estivesse jogando, eu teria a moral e o respeito que eu tenho hoje na Alemanha.

GE.Net: Quais foram os melhores momentos vividos por você na Alemanha?

Lúcio: No meu primeiro jogo, eu estava no banco de reservas. Antes de me concentrar com o restante da equipe, eu fui dar minha primeira entrevista coletiva e disse para os torcedores que nós íamos vencer, porque o jogo era em casa. A partida era contra o Stuttgart e o capitão do Hertha veio me dizer que eu não podia dizer isso, pois iria iludir o torcedor. É uma mentalidade totalmente diferente. Lá eles nem cogitam que um time grande possa perder para um pequeno. No fim, nós vencemos por 3 a 1 e mantivemos uma grande sequência até a minha lesão. Nesse meio tempo, eu conquistei o respeito do torcedor e isso foi muito marcante para mim.GE.Net: Incomoda o fato de ser conhecido como um jogador marcado por graves lesões em momentos importantes?

Lúcio: São fatos que acontecem. As pessoas querem rotular dessa forma, mas o Fabrício, do São Paulo, acabou de se machucar de novo, por exemplo. O Wellington, do São Paulo também, pisou em falso num buraco e o ligamento do joelho foi para o saco. O próprio Paulo Henrique Ganso está sofrendo com isso. Fez uma cirurgia, está jogando, mas a gente sabe que não está 100%. Isso faz parte do futebol e eu nunca tive receio de ser rotulado, porque todo mundo sabe da minha capacidade física. São comentários que a gente deve conviver com eles, e não vivenciá-los.

GE.Net: Esses problemas físicos te impediram de explorar todo o seu potencial e até de sonhar com uma vaga na Seleção Brasileira?

Lúcio: Acredito que a lesão que eu sofri na Alemanha tenha me afastado de uma convocação. Naquele momento, eu sentia que estava mais perto de uma possível ida para a Seleção. Eu estava com uma boa sequência, jogando um bom futebol, fazendo gols. A função do lateral é dar passes, e eu estava marcando muitos gols. O momento era bom e eu podia ter conquistado essa vaga se não fosse a contusão.

GE.Net: Você poderia ter se tornado o melhor lateral do mundo se as lesões não tivessem te atrapalhado tanto?

Lúcio: Hoje eu posso dizer que muitos jogadores que não foram convocados perderam essa chance. Pela minha sequência lá na Alemanha, eu poderia ter me aproximado de uma possível convocação e isso muda tudo. Muda salários, negociações, outros clubes de outros países passam a te olhar de um jeito diferente. Eu teria uma grande chance. Não sei se conseguiria ser o melhor, mas poderia estar lá no meio daquele bolo.

GE.Net: Por que você escolheu recomeçar a sua carreira no Náutico depois de rescindir com o Grêmio?

Lúcio: Qualquer rescisão é uma parte complicada. Nesse meio termo, esperando assinatura de A ou de B para que eu rescindisse o meu contrato, apareceram propostas de times como Atlético-MG, Bahia e outros, mas eu dependia ainda de um aval. Quando isto se concretizou, a minha esposa já estava com oito meses de gravidez. Sair de Porto Alegre sabendo que eu ia ter que deixá-la sozinha é complicado. Mas o Náutico apareceu e me apresentou a proposta, dizendo que já era para sair jogando o Brasileiro e eu fiquei entusiasmado. Eu deixei minha irmã com minha esposa, vim para cá e depois meu filho nasceu e as coisas começaram a caminhar do jeito certo. Muitos perguntam os motivos de eu ter escolhido o Náutico depois de passar por times de muita expressão, mas o clube tem sua grandeza. Quem faz uma equipe ser grande é o próprio jogador. Eu vim de corpo e alma para ajudar da melhor maneira possível.GE.Net: No Náutico, você ganhou a titularidade logo na sua chegada e já até marcou um gol na vitória por 3 a 2 sobre o Botafogo. Como é que está sendo essa sua nova fase em Pernambuco?

Lúcio: Em uma das primeiras entrevistas que eu dei no Náutico, eu disse que os outros times teriam que suar muito para tirar pontos da gente aqui. A torcida aqui é muito forte e eles absorveram bem o projeto, aprovaram o que foi apresentado. Mesmo com duas derrotas no início do campeonato, o time já estava com outra cara. Os jogadores que chegaram estão mais parelhos e as vitórias estão vindo. Esta fase foi bem vista, a acomodação foi perfeita. Estou a menos de um mês aqui e parece que faz mais de dois ou três anos, porque não tem trairagem e nenhuma dessas coisas ruins.

GE.Net: É uma relação de amor antiga com o time que seu irmão jogou quando você dava seus primeiros passos no futebol profissional?

Lúcio: Eu jogava futsal na quadra do Náutico e ficava olhando o treino do meu irmão antes do meu. Quando chegava a hora eu já corria para treinar. Foram nove, dez anos jogando futsal e esse ambiente contribuiu muito. A minha mãe também é uma torcedora doente do Náutico e ficou muito contente em ver o filho jogando no time do coração. É um sonho realizado para ela.

GE.Net: A torcida do Náutico chegou a ficar desconfiada da contratação de jogadores mais experientes. O bom rendimento dos atletas neste início do Brasileiro foi fundamental para que os torcedores passassem a apoiar ainda mais a equipe?

Lúcio: Você não pode montar um time só com jogadores novos. Tem que ter essa mescla. Futebol envolve muita pressão e precisamos desse equilíbrio junto com a juventude. Só uma base de jovens atletas não dá para o futebol de hoje. Pega qualquer time brasileiro. Se ele não tiver uma espinha dorsal formada por jogadores com uma vivência maior, pode ter certeza que ele não vai a lugar nenhum.GE.Net: Com 33 anos, você ainda tem algum grande sonho para o restante de sua carreira ou está satisfeito com a sua atual situação no futebol brasileiro?

Lúcio: Se eu não tiver nenhum sonho, é melhor eu parar de jogar bola. Não tem sentido continuar jogando bola se eu não tiver mais um sonho. Hoje, o meu grande desejo é ser campeão da Copa Libertadores, porque é um título que eu cheguei muito perto de conquistar e ainda não tive a oportunidade de levantar.

GE.Net: E qual é a sua projeção para o Náutico nesta temporada? Você vê a equipe com capacidade de surpreender os demais times e conquistar uma vaga na Sul-americana ou até mesmo na Libertadores?

Lúcio: É muito cedo para falar em vaga na Libertadores, mas se o trabalho não perder esse foco, poderemos chegar perto de alguma grande surpresa no fim do campeonato. Precisamos transformar os Aflitos em um verdadeiro caldeirão a cada jogo e fazer a lição de casa para nós nos mantermos na parte de cima. Com isso, acho que fica bem mais fácil de conquistar pelo menos uma vaga na Copa Sul-Americana e sonhar com uma na Libertadores.

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