Alemanha e Itália se enfrentam nas semifinais da Eurocopa, nesta quinta-feira, em Varsóvia, em duelo de gigantes entre as duas seleções mais vitoriosas do velho continente, para definir a equipe que jogará contra a atual campeã mundial e europeia Espanha na grande final do próximo domingo, em Kiev.
Juntas, a ‘Mannschaft’ e a ‘Squadra azzurra’ somam sete títulos em Copas do Mundo e quatro em Eurocopas.
Tricampeã mundial (1954, 1974, 1990) e europeia (1972, 1980, 1996), a Alemanha é favorita por ser a única equipe com 100% de aproveitamento nesta edição da competição, após suas vitórias sobre Portugal (1-0) Holanda (2-1) e Dinamarca (2-1) no ‘grupo da morte’, e a goleada de 4 a 2 que aplicou na Grécia nas quartas.
Já a Itália, dona de quatro títulos em Copas do Mundo (1934, 1938, 1982 e 2006) e ‘apenas’ um na Eurocopa, em 1968, teve resultados menos brilhantes na primeira fase, com empates por 1 a 1 nas duas primeiras partidas, contra Espanha e Croácia, antes de derrotar a Irlanda, por 2 a 0.
Nas quartas, os italianos eliminaram a Inglaterra nos pênaltis, após ter dominado toda a partida, que terminou empatada sem gols.
Apesar do favoritismo, os alemães precisarão quebrar um tabu nestas semifinais, já que nunca venceram a Itália nas sete partidas disputadas em competições oficiais.
A mais marcante foi a final da Copa do Mundo de 1982, quando a ‘Squadra Azzurra’ de Paolo Rossi derrotou por 3 a 1 a ‘Mannchaft’ de Paul Breitner e Karl-Heinz Ruminigge, em Madri.
Italianos e alemães também protagonizaram uma partida épica na semifinal da Copa do Mundo de 1970. A Itália venceu por 4 a 3 na prorrogação após o jogo terminar empatado por 1 a 1 no tempo normal.
Esta partida, que ficou na memória com a imagem do craque alemão Franz Beckenbauer em campo com o ombro enfaixado após sofrer uma lesão, foi considerada uma das melhores da história do futebol mundial.
Os alemães perderam outra semifinal de Copa do Mundo contra o mesmo adversário, em 2006, uma derrota ainda mais humilhante porque a ‘Mannschaft’ disputava o torneio em casa, mas os italianos acabaram vencendo por 2 a 0 na prorrogação antes de conquistar o título ao derrotar a França nos pênaltis na decisão.
Já o último amistoso entre as duas equipes aconteceu em fevereiro de 2011, em Dortmund, e terminou empatado por 1 a 1.
“A Alemanha tem medo de nós. Eles sabem que podemos criar problemas e vão ter que tomar cuidado porque estamos motivados para repetir o feito de 2006”, alfinetou o volante Andrea Pirlo.
“Jogaremos da mesma forma que nas outras partidas, tentaremos manter a posse de bola. Sabemos que os alemães não jogam como os ingleses, são muito mais ofensivos e sempre conseguem ter muitas chances de gol, mas estamos prontos para enfrentá-los”, completou Pirlo, que teve a ousadia de chutar de ‘cavadinha’ na sua cobrança de pênalti contra a Inglaterra.
O técnico alemão, Joachim Löw, desconversou sobre a intenção de vingar as derrotas do passado. “No futebol, não existe revanche. Não é possível recuperar o que perdemos em 2006, já faz parte do passado. Uma parte dos nossos jogadores estava presente naquela ocasião, mas desta vez, a situação é diferente”.
Löw deve optar por um esquema 4-2-3-1, mas não se sabe quem vai jogar no ataque, já que o treinador usou Lukas Podolski, Thomas Müller e Mario Gomez na fase de grupos, mas escalou Andreas Schürrle, Marco Reus e Miroslav Klose contra a Grécia nas quartas.
Ele espera poder contar com o volante Bastian Schweinsteiger, que é dúvida para a partida por sentir dores no tornozelo.
Já Prandelli deve optar por um 4-4-2, com Antonio Cassano e Mario Balotelli no ataque. “Temos que assumir riscos e não apenas jogar atrás defendendo a área. Prefiro sofrer um gol num contra-ataque do que passar vinte minutos no sufuco”, declarou o treinador italiano.
Possíveis escalações:
Alemanha:
Neuer – Boateng, Hummels, Badstuber, Lahm (cap) – Khedira, Schweinsteiger – Müller, Özil, Podolski – Klose (ou Mario Gomez)
Técnico: Joachim Löw
Itália:
Buffon (cap) – Abate (ou Bonucci), Barzagli, Bonucci (ou Chiellini), Balzaretti – Marchisio, Pirlo, Montolivo, De Rossi (o Thiago Motta) – Cassano, Balotelli
Técnico: Cesare Prandelli
Árbitro: Stéphane Lannoy (França)