Acendimento da pira tem queda, superação e aplausos
Nadador Clodoaldo Silva acendeu a chama olímpica. Antes, ex-atleta Márcia Malsar caiu, mas se levantou e foi ovacionada por todo o Maracanã
O acendimento da pira paraolímpica foi o momento de maior emoção da cerimônia de abertura dos Jogos do Rio de Janeiro nesta quarta-feira. Coube ao nadador Clodoaldo Silva a honra de acender a chama paralímpica no Maracanã. O atleta potiguar, dono de 13 medalhas paraolímpicas, encarou a chuva e fez um enorme esforço para subir a rampa que deu acesso à pira em cadeira de rodas. Antes, a tocha passou pelas mãos da ex-atleta Márcia Malsar, que chegou a perder o equilíbrio e cair.
O acidental tombo de Márcia Malsar foi o momento mais tocante da festa. A ex-velocista, que ajudou a impulsionar o esporte paralímpico ao ganhar medalhas de ouro, prata e bronze nos Jogos de Nova York/Stoke Mandeville, em 1984, recebeu a tocha das mãos do ex-corredor corredor Antônio Delfino. Com uma bengala em uma mão e a tocha em outra, Márcia se desequilibrou e caiu, mas conseguiu se levantar e foi aplaudida por todo o Maracanã.
Ovacionada, Márcia passou a tocha para a ex-atleta paralímpica Ádria Santos. O quarto e último condutor foi Clodoaldo Silva, que disputará sua quinta e última edição dos Jogos no Rio. O atleta de 37 anos, que sofreu uma paralisia cerebral, é considerado o maior responsável por popularizar o esporte paraolímpico no Brasil graças às seis medalhas de ouro e uma prata que conquistou nos Jogos de Atenas-2004.
Clodoaldo ainda proporcionou outra cena emocionante. Antes de acender a pira, o nadador parou diante de uma enorme escadaria. Os degraus, então, se moveram, formando uma rampa de acesso, simbolizando a importância da habilidade. De cadeira de rodas, Clodoaldo fez um grande esforço para subir a rampa molhada pela chuva e abrir, oficialmente, a Paralimpíada do Rio.