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Senhores do trono de ferro

Os produtores de 'Game of Thrones' revelam detalhes da última temporada da série que os tornou poderosos na TV — e, em breve, no cinema

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 dez 2018, 18h51 - Publicado em 28 dez 2018, 07h00

Quando se conheceram, em 1995, os americanos D.B. Weiss e David Benioff queriam seguir a vida acadêmica. Estudantes de literatura em Dublin, devotavam-se aos modernistas irlandeses James Joyce e Samuel Beckett. Mas a obra literária da vida deles ainda estava sendo escrita, e por outro americano. George R.R. Martin lançou em 1996 o primeiro volume da saga de fantasia que daria origem à série Game of Thrones, produzida pela dupla desde 2011. Desconhecidos no showbiz, Weiss e Benioff, hoje aos 47 e 48 anos, penaram para convencer a HBO a apostar em uma fantasia adulta com dragões, sexo e violência. Milhões de espectadores depois, isso é história: com o sucesso da série, os dois acabam de ser contratados para fazer a próxima versão de Star Wars no cinema. Antes, em abril, Game of Thrones iniciará sua oitava e última temporada, com seis episódios de 15 milhões de dólares cada um. A dupla falou com exclusividade a VEJA sobre o fim da série durante a Comic Con, em São Paulo, no mês passado.

Com audiência estrondosa e muitos prêmios, Game of Thrones hoje parece uma escolha óbvia. Mas uma fantasia para adultos de grande orçamento não era uma investida tão unânime alguns anos atrás, não é ?
Weiss — Foi uma proposta cara para algo que não tinha sido testado até então. Muita gente na HBO achou a ideia ruim, tanto que as opiniões se dividiram entre os executivos. Convencê-los do contrário levou tempo. Ainda bem que tivemos os votos decisivos para vencer a parada. Quando a série saiu, recebemos críticas ruins. O New York Times perguntou: “Por que a HBO fez isso?”. Por sorte, o público respondeu de outra maneira.

A partir da sétima temporada, a série foi além dos livros já escritos por George R.R. Martin. Isso acabou sendo bom ou ruim?
Weiss — Imaginávamos que isso aconteceria, mas preferíamos não pensar no assunto. Estávamos preocupados em não ser um fracasso. Na terceira temporada, fizemos as contas e percebemos que George não terminaria os livros a tempo e que teríamos de finalizar por nossa conta na TV. Havia a oportunidade e a necessidade de seguir pelo caminho que achávamos ideal, mas sentimos um terror absoluto por não ter mais os livros, que são bastante populares, como base. Era afundar ou nadar por nosso próprio esforço. Não tivemos escolha senão apostar no que julgamos ser o melhor desfecho.

E como será esse desfecho?
Weiss — Você quer que a gente conte o final da oitava temporada? Bem, Jon Snow acorda e descobre que tudo o que viveu na série era um sonho. Na verdade, ele mora em Nova York (risos).

Alguns atores já deixaram escapar que a nova temporada será intensa e exibirá a maior batalha vista até agora no seriado. Podemos esperar muitas mortes e sangue?
Weiss — Já matamos tanta gente que não sobraram muitas opções, não é? Mas surpresa seria se ninguém morresse. Já posso imaginar as manchetes: “Game of Thrones não mata ninguém no final”.
Benioff — Realmente, haverá uma grande batalha. Apesar de serem só seis episódios, foram os mais demorados para ser gravados em toda a série. O processo foi brutal.

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Game of Thrones foi criticada pelas cenas de estupro sem nuances, mas chega ao fim com duas mulheres poderosas disputando o trono. Foi um jeito de acalmar as feministas?
Benioff — Para além do momento político atual, sempre tomamos cuidado para que a violência não fosse sensacionalista. Trata-se de uma fantasia com cara medieval, e coisas horríveis aconteciam com mulheres na Idade Média — ainda hoje ocorrem. Seria um erro esconder isso, já que a brutalidade faz parte dos livros. Sobre a trama culminar em uma disputa entre Daenerys e Cersei (personagens de Emilia Clarke e Lena Headey), creio que os livros de George nos levaram a esse caminho. Nunca houve uma tentativa de destacar mulheres para ganhar pontos em discussões da vida real.

Encerrar uma série de tanto sucesso foi difícil?
Benioff — É claro que os últimos dias de gravação foram emotivos. Sentamos para ler todo o roteiro e captamos as reações do elenco ao descobrir como acabaria cada personagem. A parte mais comovente foi quando se leu: “Fim de Game of Thrones”. Ficamos nos olhando e pensando nos atores que cresceram conosco desde 11, 12 anos. A sensação que fica é de que tivemos sorte.

Publicado em VEJA de 2 de janeiro de 2019, edição nº 2615

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