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‘Santo Forte’ promete mais do que entrega

Primeira série nacional no canal AXN acompanha trama de taxista vidente com corpo fechado

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 ago 2015, 02h47

João da Cruz Forte (Vinícius de Oliveira, de O Rebu e Central do Brasil) é um taxista vidente, dom herdado de uma dívida com um pai de santo. Quando tem visões sobre a vida dos passageiros que pega pelas ruas do Rio de Janeiro, João é obrigado a ajudá-los e até desembolsar uma quantia em dinheiro. Algumas das tarefas colocariam sua vida em risco, não fosse o fato de que ele tem o corpo fechado. Esta é a premissa de Santo Forte, nova série original da AXN, a primeira totalmente nacional. O canal conhecido por exibir produções intensas e misteriosas, como CSI, Hannibal e American Crime, prometeu uma estreia brasileira digna de sua programação, com elementos de realismo mágico e cenas fortes. Porém, o primeiro episódio de Santo Forte fica aquém dessa promessa.

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O capítulo inicial, exibido pelo canal pago na noite deste domingo, mostra João sendo encarregado da primeira missão que o expectador o verá realizar – mas não a primeira de sua vida. O taxista recebe em seu veículo uma idosa com o braço imobilizado na porta de um hospital. Ao deixá-la em casa, ele toca no dinheiro que ela o entrega como pagamento e tem uma visão violenta sobre a passageira. A nota é levada para Celso (Thiago Justino), um médium dono de um bar, que conduz João a um cômodo do estabelecimento, onde ele incorpora a entidade que conversará com o taxista sobre o caso.

A partir daí, o protagonista possui a obrigação de ajudar a senhora, que acabou envolvida sem merecer em uma alta dívida com um agiota. Enquanto se esforça para lidar com a tarefa, João também se vê envolto em um drama familiar pessoal, causado pelas longas horas fora de casa, que o distanciam da esposa Dalva (Laila Garin) e de seus dois filhos adolescentes.

A série tem diversos pontos altos, como a ideia original com elementos da cultura brasileira, além da eficiência do mistério. Pouco é entregue no episódio piloto. Não se sabe como João contraiu a dívida com o pai de santo, por que ele tem o corpo fechado, muito menos como era sua vida antes do dom com viés de maldição. Ao que tudo indica, o personagem Fábio (Guilherme Dellorto), jornalista que se interessa por descobrir quem é o taxista imortal, será responsável por desvendar segredos para o espectador. A qualidade técnica da filmagem e fotografia e a fuga dos estereótipos da religião são outras boas surpresas do programa.

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O problema que decepciona é o roteiro desenvolvido de forma pobre. As falas são óbvias e simples e o protagonista não convence. João é inicialmente vendido como o anti-herói, desinteressado em cumprir sua missão de ajudar as pessoas – chega até mesmo a reclamar do árduo trabalho que nunca acaba. Porém, ao longo do capítulo ele se mostra um bom moço, o completo herói melodramático, que mesmo depois de se ver livre da obrigação que a entidade lhe impõe, continua a se sacrificar para perseguir o bem do próximo.

No total, a série vai contar com 13 episódios e a promessa de um melhor desenvolvimento das subtramas. Cabe ao diretor Roberto D’Ávila (Sessão de Terapia) uma missão mais árdua que a de João: salvar o programa do tédio.

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