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Quino completa 80 anos sem saudade de Mafalda

Cartunista argentino diz preferir a personagem Liberdade, uma utópica rebelde que se opõe a tudo o que é estabelecido

Por Da Redação
17 jul 2012, 17h29

Conhecido como Quino, o cartunista argentino Joaquin Lavado, completa 80 anos nesta terça-feira recluso com a sua timidez em Mendoza, oeste da Argentina. E sem saudades da personagem que lhe deu fama mundial, Mafalda, a lendária menina rebelde dos quadrinhos. Embora as histórias da personagem tenham sido traduzidas para 15 idiomas e tenham deixado de ser publicadas há quase 40 anos, Quino se sente aprisionado pela associação automática que se faz dele com Mafalda, que segue viva em livros usados e inúmeras reedições — e também estampada em produtos como pratos, cadernos e calendários.

O artista ganhou notoriedade internacional em 1969 com a publicação na Europa de Mafalda, a Rebelde, com prefácio de Umberto Eco. O italiano definiu a eprsonagem como “uma heroína zangada que recusa o mundo como ele é, reivindicando seu direito de continuar a ser um menina e que não quer assumir um universo corrompido pelos pais”. Talvez por isso, surpreenda ao confessar, no dia de seu aniversário, que prefere a personagem Liberdade, uma utópica rebelde que se opõe a tudo o que é estabelecido.

“A Mafalda eu desenhei desde o início até o final das tirinhas por dez anos. Por outro lado, a Liberdade eu desenhei no final das tiras, e, claro, com essa personagem me sinto melhor”, disse Quino sobre a série publicada entre 1964 e 1973 nas revistas semanais argentinas Primera Plana e 7 Días e no jornal El Mundo.

Em sua carreira de mais de 50 anos, Quino publicou vários livros de humor como Eu Não Grito! (1972), Bem, Obrigado e Você? (1976), Nem Arte nem Parte (1981), As Pessoas em Seu Lugar (1986), Potentes, Prepotentes e Impotentes (1989), Não Fui Eu (1994) e Quem Está Aí?“(2012). Suas tiras também apareceram há anos na edição de domingo do Clarín e do jornal espanhol El País. O cartunista foi viver em 1954 em Buenos Aires, onde publicou histórias em vários veículos, mas depois do golpe de Estado em março de 1976, que instaurou uma ditadura militar na Argentina, mudou-se para Milão com a sua esposa Alicia, já acompanhados pela fama de Mafalda.

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Hoje de volta a Mendoza, na fronteira com o Chile, onde nasceu em 17 de julho de 1932, Quino afirma que não pode mais trabalhar, porque as limitações físicas o incomodam e confessa que ainda tem ideias. “Por que me acontecem coisas que eu não posso mais desenhar?”, lamenta. O cartunista também não se dedica a atender novos artistas, porque se considera “muito introvertido”, uma marca de sua personalidade que o levou a rejeitar ou aceitar relutantemente homenagens e outras celebrações.

Direto, o artista argentino declarou em entrevista publicada nesta terça-feira no jornal Clarín que a única coisa que a idade proporciona, e que não é “porcaria”, é “um melhor entendimento” da música. “É diferente de escutar Beethoven há 20 ou 40 anos.”

(Com agência France-Presse)

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