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Papa vai de favela no Rio a congresso americano em documentário

Assinado pelo diretor Wim Wenders, filme exibido no Festival de Cannes acompanha o pontífice e suas ideias pelo mundo

Por Raquel Carneiro, de Cannes
14 Maio 2018, 08h44

Três indicações ao Oscar, um Urso de Ouro em Berlim e uma Palma de Ouro no Festival de Cannes fazem do alemão Wim Wenders digno do título “cineasta renomado”. Em um passado distante, contudo, o diretor chegou a sonhar em ser padre. Ele mudou de ideia. Mas manteve, ou reacendeu, um respeito pelos ideais religiosos, como mostra o documentário Pope Francis – A Man of His Word (Papa Francisco – Um Homem da Palavra, em tradução livre).

Foram dois anos de filmagem, em que Wenders caminhou ao lado do papa Francisco. O resultado, exibido no Festival de Cannes, é um documentário social e político muito mais que religioso, culpa do próprio personagem principal, único entrevistado da produção.

Ao longo de 1h30, o pontífice conversa diretamente com a plateia e fala sobre o que ele interpreta como a verdadeira mensagem do evangelho: uma vida que não é comandada pelo capital, mas sim pela generosidade, pelo repartir e pelo acolhimento do próximo. Cenas de suas viagens pelo mundo são intercaladas por uma encenação do passado, em que a vida de São Francisco de Assis é usada como base de comparação para as atitudes de seu discípulo do século atual.

Um longo trecho da pregação de Francisco durante visita à favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, ganha destaque no documentário. Especialmente a parte em que ele garante que ninguém fica mais pobre repartindo. “Dá para colocar mais água no feijão”, garante, sorrindo, em português.

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Ele passa por outras vizinhanças desfavorecidas pelo mundo, como um acampamento sem-terra na Colômbia, bairros pobres na Argentina e Itália, cidades devastadas por um furacão na Filipinas e alguns países africanos. Um campo de refugiados também está na agenda do sacerdote, que, entre os pobres, leva mensagens de esperança. Quando pisa em lugares mais abastados, como a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) e o congresso dos Estados Unidos, seu discurso muda para um tom de pedido e alfinetada, lembrando que o mundo é um só, que todos somos responsáveis, e que aqueles líderes precisam pensar fora dos limites de seus territórios. 

O discurso pelo meio ambiente também toma boa parte da produção, assim como questões polêmicas, como pedofilia, homossexualidade e o conflito entre palestinos e israelenses, ou entre cristãos e muçulmanos. Sobre o abuso sexual de menores, ele ressalta que a tolerância é zero, e que a igreja deve levar seus culpados a serem responsabilizados também na Justiça. Sobre homossexualidade, o líder católico pede para que não haja discriminação, mas sim acolhimento. Já as diferenças religiosas e políticas pelo mundo, são criticadas com luva de pelica por Francisco, que transita entre todos os cenários sem parecer um estrangeiro. 

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