Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

“O novo comprador de arte quer mostrar sua coleção”

Pernambucano Jaildo Marinho lança em São Paulo o livro que reúne imagens de 15 anos de trabalho. Depois de se firmar na Europa, ele quer conquistar o Brasil

Por Leo Pinheiro
10 Maio 2012, 18h48

“O perfil do colecionador hoje mudou muito. Não são mais aquelas famílias riquíssimas que compravam as obras e as escondiam em suas mansões para os pobres não verem. Tenho compradores cada vez mais jovens, de 30 a 40 anos, oriundos do mercado financeiro, que são ousados. O novo colecionador quer mostrar a arte que compra. Eles compram e emprestam suas aquisições para museus no Brasil e exterior. Ao mesmo tempo em que democratizam as suas coleções particulares, eles valorizam a obra que compraram”

Com uma lista de admiradores que vai da tradicional família francesa Courtin-Clarins aos endinheirados xeiques árabes do petróleo, passado pela cantora Madonna, o pernambucano Jaildo Marinho lançará, na noite desta quinta-feira, em São Paulo, o livro que reúne imagens de seus trabalhos. A obra traz textos do poeta Lêdo Ivo, do crítico de arte francês Jacques Leenhardt e do jornalista e escritor Mario Helio Gomes, acompanhando fotografias de esculturas e pinturas realizadas nos últimos 15 anos. O lançamento de Jaildo Marinho, em Paris, ocorreu no dia 7 de março, na Maison de L’Amérique Latine, por ocasião da inauguração da exposição individual, intitulada Le Vide Oblique (O Vazio Oblíquo), que fica em cartaz até 16 de junho.

LEIA TAMBÉM:

LEIA TAMBÉM: SP-Arte coloca SP no circuito mundial das feiras de arte

Continua após a publicidade

Morando em Paris desde 1993, Marinho hoje comercializa as suas obras por valores que chegam a um milhão de reais. “O perfil do colecionador hoje mudou muito. Não são mais aquelas famílias riquíssimas que compravam as obras e as escondiam em suas mansões para os pobres não verem. Tenho compradores cada vez mais jovens, de 30 a 40 anos, oriundos do mercado financeiro, que são ousados. O novo colecionador quer mostrar a arte que compra. Eles compram e emprestam suas aquisições para museus no Brasil e exterior. Ao mesmo tempo em que democratizam as suas coleções particulares, eles valorizam a obra que compraram”, explica Marinho admitindo que a estratégia dos clientes acaba o beneficiando indiretamente.

Jaildo Marinho: pernambucano lança livro com imagens de suas obras esta noite em São Paulo
Jaildo Marinho: pernambucano lança livro com imagens de suas obras esta noite em São Paulo (VEJA)

Nascido em Santa Maria da Boa Vista, na região do Rio São Francisco, ele começou a carreira como autodidata antes dos 10 anos de idade. Com 12 anos deu os primeiros passos em um projeto social que, durante o período de seca, capacitava trabalhadores rurais a manipularem pedras semi-preciosas para fazer artesanato. Anos mais tarde foi à capital Recife para estudar com o mestre João Batista Queiroz e, em seguida, emigrar para Paris.

Continua após a publicidade

Na capital mundial das artes, se inspirou em outros artistas sul-americanos já estabelecidos por lá para encurtar os caminhos para as principais galerias e museus franceses. “Como pernambucano sempre tive respeito e admiração pelo Cícero Dias. Procurei por ele quando cheguei a Paris e disse que vinha do sertão de Pernambuco também para tentar a sorte na França. Ele então me disse para eu não repetir para ninguém aquela história de sertanejo e apenas me identificar como artista. Então escreveu uma carta de recomendação para a Galeria de Arte Denise René e foi aí que tudo começou”, resume.

De lá para cá, o nome Jaildo Marinho se estabeleceu como a principal referência da escultura neoconcretista brasileira na Europa, tendo seu trabalho reconhecido por prêmios como o da Bienal de Malta, no ano 2000, e ao longo da última década exposições individuais na Alemanha, Bélgica, Espanha, Eslováquia, Hungria, Itália, Líbano e França.

O lançamento do livro Jaildo Marinho no estande da Livraria da Travessa, no 8º SP-Arte, realizado no Pavilhão da Bienal, em São Paulo, faz parte do esforço do artista para aproveitar o atual momento de efervescência das artes plásticas brasileiras para popularizar o seu trabalho no país onde nasceu. ‘Jaildo Marinho’, editado pela Pinakotheke, custa 98 reais, e tem 160 páginas escritas em três idiomas (português, francês e inglês).

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.