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‘O Amor nos Tempos do Cólera’, de García Máquez, chega à China com 27 anos de atraso

Por Da Redação
27 ago 2012, 12h00

A primeira versão autorizada em mandarim de O Amor nos Tempos do Cólera, um dos mais famosos romances do escritor Gabriel García Márquez, chegou finalmente à China, um mercado em que durante anos circularam versões ilegais de muitas obras do Nobel de Literatura colombiano.

A professora de espanhol Yang Ling foi a encarregada de traduzir a obra, de 1985, publicada pela editora Thinkingdom e lançada nesta segunda-feira na estatal Academia Chinesa de Ciências Sociais, em Pequim. “Com o livro, cada um pode reencontrar seu próprio sentimento do ‘primeiro amor’ e García Márquez aparece como um homem real, de carne e osso, e sentimos profundamente o que ele sente”, descreveu Yang ao comentar a obra célebre, sua primeira tradução de um romance latino-americano.

A professora acrescentou que, enquanto Cem Anos de Solidão pode ser definido como um livro escrito com “a caneta de Deus”, em O Amor… Márquez se revela como Jesus: com um lado humano e outro divino. “O que mais me impressionou foi o amor. É um tipo de amor diferente. Os chineses não falam tanto disso porque geralmente somos mais tímidos. García Márquez fala muito do amor. O amor que está em seu livro me comoveu muito. E acaba nos mostrando que é a coisa mais importante da vida e que sem ele não podemos viver”, refletiu Yang.

Chen Zhongyi, pesquisador de Filologia Hispânica da Academia de Ciências Sociais da China e que traduziu “Gabo”, como o escritor é chamado na intimidade, nos anos 1980, elogiou a tradução lançada nesta segunda e afirmou que no plano de fundo da história há muito da sociedade (colombiana), mas o mais importante é “a imaginação e o estilo de García Márquez”.

Por sua vez, a diretora do Instituto Cervantes de Pequim (organismo que colabora com a editora do livro), Inmaculada González, afirmou que a nova tradução é admirável porque durante muitos só se conheciam na China edições não reconhecidas nem por Gabo nem por seu agente.

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“É um grande passo adiante e também representa um novo momento da situação editorial na China, que cada vez adquire mais direitos de autores estrangeiros e também certamente significa que cada vez serão traduzidos mais autores chineses”, opinou González.

O primeiro-secretário da Embaixada da Colômbia na China, Luis Roa, encarregado de Assuntos Culturais, opinou por sua vez que a obra “é um grande presente cultural e literário que Gabo dá ao povo chinês e um grande legado literário da literatura colombiana que finalmente se torna oficial”.

Em 1990, o Nobel de Literatura colombiano chamou os chineses de “piratas” ao descobrir que suas obras eram traduzidas sem autorização, e reza a lenda entre os hispanistas chineses que afirmou que “nem 150 anos após sua morte autorizaria”.

Com o protocolo de 1991 do Convênio de Berna para a Proteção das Obras Literárias e Artísticas, editoras chinesas, primeiro estatais e depois privadas, tentaram adquirir os direitos da obra prima do realismo mágico latino-americano, mas consideraram muito alto o preço que Carmen Balcells, agente de ‘Gabo’, havia estabelecido.

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A tradução agora publicada, de Thinkingdom Media Group Ltd, é a terceira que a casa editorial apresenta de García Márquez após ter lançado em maio do ano passado a versão oficial de Cem Anos de Solidão e pouco depois o ensaio No He Venido a Dar un Discurso (não publicado no Brasil).

“Anteriormente, seus trabalhos não haviam sido publicados formalmente, por isso achamos que temos a responsabilidade de publicá-los para contribuir com a melhora da literatura que existe na China e para que os leitores chineses possam conhecer o trabalho de García Márquez”, declarou Liu Cancan, representante da editora.

(Com agência EFE)

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