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“Ninguém precisa de mais um jeans”

Se Marie Kondo manda descartar o que não traga alegria, a consultora de moda Chiara Gadaleta prega: consuma mais roupas usadas e que não agridam a natureza

Por João Batista Jr. Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 mar 2019, 21h18 - Publicado em 8 mar 2019, 07h00

Como a moda entrou na sua vida? Há quase trinta anos, comecei como modelo e fiz muitos desfiles na Europa. Finquei raízes em Paris — lá estudei moda, no Studio Berçot. Depois voltei para o Brasil, onde trabalhei como stylist e estilista. Foi quando minha percepção mudou completamente.

Por quê? Tive uma marca de roupas e acessórios chamada Tarântula. Era pequena, vendia em lojas de luxo, e mesmo assim eu produzia uma quantidade enorme de lixo — e olhe que tudo era reaproveitado para criar novos objetos. A moda é o retrato de seu tempo. Você pega fotos dos anos 40 e 50 e nota que elas dizem muito sobre aquela sociedade. Percebi que a moda de hoje estava desconectada dos novos hábitos.

Desconectada em que sentido? A indústria da moda é uma das que mais utilizam recursos naturais e geram lixo. Há estudos americanos que mostram que a produção de uma calça jeans pode exigir 11.000 litros de água — algumas passam por uma dezena de lavagens para chegar ao tom desejado. A realidade é uma só: quem precisa de mais uma calça jeans ou camiseta cinza? Ninguém. Em Estocolmo, foi lançado um shopping de roupas e objetos de segunda mão. Esses negócios serão mais comuns no futuro próximo.

Mas a natureza da moda não é despertar novos desejos? Sim, porém as empresas estão cientes de que as pessoas vêm se preocupando com o entorno. Este é o retrato da nossa sociedade: menos individualismo, mais interesse pela sustentabilidade e um maior critério na hora de escolher a marca com a qual gastaremos nosso dinheiro. Não é deixar de comprar, e sim dar atenção às marcas que buscam a redução de impactos como parte de seu DNA. A última aquisição de meu guarda-roupa foi um sapato, há cinco meses.

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Seu programa, Menos É Demais, do Discovery Home and Health, lembra o de Marie Kondo. Há semelhanças entre as duas apresentadoras? Não vi os programas dela, mas somos diferentes. Meu trabalho é divulgar o impacto dos produtos na natureza. Vai além da organização.

Publicado em VEJA de 13 de março de 2019, edição nº 2625

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