Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

‘Nada Será Como Antes’: um melodrama para contar a história da TV

Minissérie da Rede Globo tem tom metalinguístico e estilo de novelão para reviver o surgimento da TV e da telenovela no Brasil

Por Rafael Aloi Atualizado em 27 set 2016, 15h55 - Publicado em 27 set 2016, 15h27

Nesta terça-feira, a Rede Globo estreia a minissérie Nada Será Como Antes, que pretende contar de forma ficcionalizada o surgimento da televisão no Brasil. Criada por Guel Arraes e Jorge Furtado, o roteiro metalinguístico usa a história (aquela com H maiúsculo) apenas como pano de fundo para apresentar o tipo de história (aquela que antes se escrevia com E) que o telespectador mais gosta de ver: um novelão melodramático, cujo casal protagonista é interpretado pelo casal real Murilo Benício e Débora Falabella.

LEIA TAMBÉM:
Murilo Benício sobre trabalhar com Débora Falabella: ‘É um presente’

Nada Será Como Antes se passa nos anos 1950, década da chegada da TV. O protagonista é Saulo Ribeiro (Murilo Benício), um vendedor de rádios que se apaixona pela voz de uma locutora no interior paulista, e faz um desvio em sua viagem ao Rio de Janeiro apenas para conhecê-la. Assim ele encontra Verônica (Débora Falabella), e logo se dispõe a torná-la a maior atriz de radionovela do Brasil. Em entrevista ao site de VEJA, Benício descreve o protagonista como “um retalho das tantas histórias que aconteceram com as pessoas que fizeram a televisão”. Segundo ele, Saulo, que é ficcional, é “uma homenagem aos pioneiros da comunicação”.

O primeiro capítulo conta com um salto de dez anos e traz os dois já casados na capital fluminense. Ela alcançou o sonho, e ele, empreendedor, busca um patrocinador para ajudar a fundar a primeira emissora nacional, a TV Guanabara. Porém, o executivo descobre que é infértil e por isso decide se separar da esposa, que sonha em ter filhos. Comandando outro núcleo da trama, está Bruna Marquezine, que vive a sedutora Beatriz, uma cantora que inicia um relacionamento com empresário Otaviano (Daniel de Oliveira), mas se encontra às escondias com a irmã dele, Julia (Letícia Colin).

Continua após a publicidade

A produção não tem a intenção de ser didática, já que é apenas levemente inspirada em fatos reais e possui licença artística. Na história real, o responsável por trazer a televisão ao Brasil foi Assis Chateaubriand, que fundou a TV Tupi, em São Paulo, em 18 de setembro de 1950. “A série é uma ficção, os personagens e suas histórias pessoais são totalmente fictícios, mas os acontecimentos históricos, sociais e políticos do Brasil são reais, e muitas das histórias dos bastidores da TV, também. Tomamos algumas liberdades com a cronologia. Por exemplo, nossos personagens criam uma telenovela, ainda na década de 50, quando a primeira telenovela de fato só surgiu na década de 60”, explica Jorge Furtado.

A minissérie possui uma produção caprichada na fotografia, figurino e direção de arte, graças ao diretor artístico José Luis Villamarim — que acabou de se destacar na ótima Justiça. O elenco também foi um acerto, com nomes fortes como Benício e Débora — cujo companheirismo na vida real traz um peso ao drama vivido na ficção –, Daniel de Oliveira, Cássia Kiss e Daniel Boaventura, com sua poderosa voz. Bruna Marquezine, que o público se acostumou a ver no papel de mocinhas inocente, pode inicialmente parecer estranha como a sedutora e manipuladora Beatriz, mas esta é a chance da atriz mostrar se tem capacidade para interpretar uma forte personagem ou não.

Continua após a publicidade

Nada Será Como Antes é um produto para prestar um tributo à própria televisão, e tentar conquistar o público com o bom e velho drama romântico, com algumas pitadas de sensualidade permitidas pelo horário, misturando de forma agradável aos olhos a ficção e a realidade. “Eu e o Guel trabalhamos em televisão há mais de 30 anos, sabemos de muitas histórias sobre os tempos heroicos, trabalhamos com alguns dos pioneiros e faz tempo que queríamos fazer uma série que contasse a saga destes televisionários. A televisão brasileira se tornou uma grande indústria, uma paixão nacional, mas ninguém ainda havia contado a aventura dos seus criadores”, completa Jorge Furtado.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.