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Museu da Palavra abre em Buenos Aires com coleção de áudios históricos

O médico Cayetano Dinoia, morto em 2008, deixou um acervo de gravações, muitas delas ainda inéditas, que estará aberto ao público

Por EFE
10 mar 2019, 23h03

A confusa voz de Thomas Edison testando a primeira gravação da história, os incendiários discursos revolucionários de Vladimir Lenin e as eruditas respostas de Jorge Luis Borges revivem, entre fonógrafos centenários, no Museu da Palavra, em San Isidro, na Grande Buenos Aires.

A coleção nasceu nos anos 1960 do fascínio do médico Cayetano Jorge Dinoia, que morreu em 2008, pelo passado e, especialmente, pelos registros de áudios e vozes. Seu legado foi preservado pela família na casa ele onde recebia os visitantes, nos arredores de Buenos Aires.

O atual diretor do Museu da Palavra, Alexis Dinoia, contou que o espaço foi fundado oficialmente em 1981, quando a coleção de seu pai cresceu com as doações e os conteúdos desacertados recolhidos nas rádios que visitava. Esta meticulosa rotina se tornou tão valiosa que as emissoras passaram a procurar Cayetano Dinoia para encontrar arquivos antigos e, em troca, oferecer-lhe mais materiais.

As embaixadas também tiveram um papel importante. Para a da Rússia, por exemplo, o médico entregou, em 1987, um áudio do czar que tinha sido extraviado durante a Segunda Guerra Mundial. Para a Espanha, Dinoia deu um áudio do piloto Ramón Franco, irmão do ditador Francisco Franco.

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Paralelamente, a divulgação na imprensa de seu trabalho ajudou o Museu da Palavra a se tornar mais conhecido e a receber mais doações. Para Alexis Dinoia, esse é o motivo de o lugar funcionar até hoje.

Nos anos 1990, o médico se aposentou e passou a se dedicar exclusivamente ao seu hobby, a fita cassete. Em meados da década, quando já recebia visitas com frequência, ele já colecionava 1.400 fitas e quatro mil áudios, além de aparelhos antigos e documentos. Após sua morte, Alexis assumiu o museu com carinho. A era digital, no entanto, significou um verdadeiro desafio para ele.

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“Isso você encontra hoje no Youtube”, disse Alexis sobre um dos áudios, apesar de mostrar com orgulho a primeira gravação do hino da Argentina, de 1907, e a primeira transmissão de rádio do país, em 1920.

Atualmente, o Museu da Palavra continua recebendo visitas privadas e de estudantes, ainda que boa parte dos interessados faça contato por telefone ou e-mail para obter arquivos antigos. Um desses contatos foi o de um professor da Universidade do Texas que precisava de gravações da História da Argentina para dar uma aula.

Pouco depois da morte do pai, a prefeitura da cidade de San Isidro, na Grande Buenos Aires, procurou a família para assumir o museu. Ficou combinado que os arquivos seriam levados para um centro municipal e que o local seria coordenado poe Alexis Dinoia, que se dedica exclusivamente a isso.

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O futuro Museu da Palavra terá duas salas: uma de áudios e outra com objetos, como um fonógrafo de 1894 e outro de 1904, de madeira. Mas a mudança ainda terá que esperar um pouco. Os materiais começaram a ser digitalizados em 2014, mas apenas 700 dos quatro mil arquivos foram passados para a versão mais moderna até o momento.

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