Miguel Falabella defende ‘Aquele Beijo’: ‘Sou altamente sofisticado’
Com jeito de dramalhão, nova trama das sete rela no brega, mas autor garante que o texto, que ainda não emplacou no Ibope, é refinado e um 'sucesso'
Na trama de Aquele Beijo, o autor Miguel Falabella diz homenagear o gênero da comédia romântica, além dos folhetins mexicanos e nacionais. Mesmo assim, Falabella, que narra – em off, mesmo – algumas passagens da novela, recusa para a trama a alcunha de dramalhão. “Eu não faço dramalhão, sou altamente sofisticado. Tem gente que chega lá e outros não. Minha novela é sofisticada, mas, ao mesmo tempo, aberta a todo tipo de leitura. Quem entende isso chega lá, o resto se prende pela história, senão, não seria esse sucesso”, , diz sobre a trama, que ainda não decolou no Ibope: nesta semana, ela chegou a marcar 25 pontos na Grande São Paulo, longe dos 36, 37 que a antecessora Morde & Assopra vinha marcando na reta final. O autor falou a VEJA da plateia do musical Cabaret, estrelado por Claudia Raia, do qual assina a adaptação.
Pouco antes da estreia de Aquele Beijo, a atriz Grazi Massafera descobriu estar grávida e o ator Maurício Mattar sofreu um acidente que o afastou das gravações. Em Negócio da China (2008), Fabio Assunção deixou o elenco para se internar numa clínica de reabilitação. Suas novelas têm sempre que ter uma emoção a mais? Graças a Deus. A minha vida tem muita emoção.
Como você lida com esses imprevistos? Com bom humor e com alegria, porque não adianta remar contra a maré. Se a coisa está indo por esse caminho, é melhor aceitar e elaborar de uma boa forma. É o que estou tentando fazer.
Como tem sentido a reação do público à novela? A novela é um sucesso, as pessoas adoram. Eu recebo um carinho enorme do público na rua. O Ibope é bom, decolou bem e chegou bem nas pessoas. E eu tenho o maior carinho pelos personagens.
Por que participar da trama como narrador? Eu gostaria de colocar o autor em cena, também. O autor pensa coisas enquanto está escrevendo, então, por que não dizê-las ao público? Eu achei que o público ia receber bem e recebeu.
Qual é o feedback que você tem disso? Tenho um feedback maravilhoso. Eu sou uma pessoa muito aberta, falo com todo mundo. Eu ando na Lagoa, e falo com o lixeiro. Toda vez que recebo um capítulo, reúno todo o meu staff no meu quarto, fecho tudo, desligo o telefone e assisto ao capítulo com eles todos. Com meu motorista, todas as minhas empregadas, meu secretário. Eu vejo ali na hora a reação deles. Consigo ver se eles estão acompanhando as histórias, o que funciona. É maravilhoso. Minha empregada todo dia chega e me conta o capítulo como se eu não tivesse assistido. É uma obra-prima.
Como você resume a novela? É uma comédia romântica em que eu homenageio o gênero. Se parar e pensar, estou homenageando desde a novela mexicana até os folhetins nacionais. Eu tenho um coronel nordestino. Eu uso os preceitos do gênero.
Você acha que estamos vivendo a volta do dramalhão na TV brasileira? Eu não faço dramalhão, sou altamente sofisticado. Tem gente que chega lá e outros não. Minha novela é sofisticada mas, ao mesmo tempo, é aberta a todo tipo de leitura. Quem entende isso chega lá e o resto se prende pela história, senão não seria esse sucesso.