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Lars von Trier classifica comentário sobre Hitler como “piada estúpida”

Em entrevista a jornal israelense, diretor dinamarquês tenta justificar as bobagens que disse e se defende afirmando que viveu a vida toda 'como judeu'

Por Da Redação
20 Maio 2011, 14h25

É um pouco tarde, mas o cineasta dinamarquês Lars von Trier tenta agora se redimir, dizendo que seus comentários a respeito de Adolf Hitler – que levaram o Festival de Cinema de Cannes a declará-lo “persona non grata” – são uma “piada estúpida”. O cineasta deu uma entrevista a um jornal israelense, na qual, para se defender, afirmou ter vivido como judeu a maior parte dos seus 55 anos.

“É o tipo de humor que faço quando falo com meus amigos, que me conhecem e sabem que não sou um nazista. Me desculpo profundamente por ter ofendido as pessoas. Não era minha intenção. Também ofendi os alemães quando em vez de dizer ‘alemão’, usei a palavra ‘nazista’, como se todo alemão fosse um nazista”, explicou ao Ha’aretz.

Von Trier, contudo, que gerou polêmica ao declarar que entendia o líder nazista, não retirou completamente o que disse. Na entrevista, ele afirma que, “como pessoa e artista”, é capaz de se imaginar na situação em que os nazistas se encontraram. “Não justifico o que os alemães fizeram. Sim, agi de forma estúpida na entrevista coletiva. Mas temos uma tradição na Dinamarca de dizer as coisas como são.”

O cineasta, cujo novo filme, Melancolia, foi selecionado para a mostra competitiva do festival, reconhece que o pedido de desculpas que tornou público não apaga o que fez. “Para mim, pedir desculpas é algo muito estúpido, que não muda nada do que você disse. É algo muito americano falar uma coisa ofensiva e depois se desculpar. Como se as desculpas mudassem o que foi dito ou feito.”

Para acabar com toda a suspeita de antissemitismo, o diretor lembrou que cresceu como judeu até que sua mãe revelou no leito de morte que seu verdadeiro pai era um alemão, e não judeu. Mas, na entrevista coletiva da quarta-feira em Cannes, em vez de dizer que era alemão, disse que era nazista, “com uma espécie de humor tipicamente dinamarquês que muita gente não entende”, segundo o próprio.

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O diretor de Dançando no Escuro e Dogville avaliou que é precisamente sua educação judia que o permite fazer brincadeiras consideradas de mau gosto. “Já que passei a maior parte da minha vida como judeu, ainda faço brincadeiras sobre judeus, que nós judeus somos permitidos fazer. Soaria mal se te dissesse que muitos de meus melhores amigos são judeus. Soa mal, como dizer que alguns de meus melhores amigos são gays. Portanto, não direi.”

Von Trier acrescenta ainda que não é “contra a existência de Israel”, mas sim das políticas do atual governo do direitista Benjamin Netanyahu.

(Com agência EFE)

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