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Jean Dujardin no céu depois de conquistar Hollywood

Por Por Anne CHAON
27 fev 2012, 16h55

O primeiro Oscar concedido a um ator francês talvez abra uma carreira americana a Jean Dujardin, apesar de seu inglês hesitante, contanto que ele tenha realmente vontade de se enquadrar aos moldes de Hollywood.

No momento, ele prefere não especular sobre uma carreira americana: “Vamos ver se aparecem projetos… mas eu não seria nunca um ator americano. Não dá nem para sonhar”.

Se a América acolhe de braços abertos os novos talentos vindos de outros países, nem sempre tudo são flores. Assim, considera Jean-Michel Frodon, crítico e historiador de cinema, “o Oscar vai, certamente, dar a ele um acesso mais fácil às telas americanas, mas é um efeito imediato e não necessariamente durável”.

Antes de Dujardin, lembra ele, Marion Cotillard e Juliette Binoche, ou mais antigamente Simone Signoret e Claudette Colbert conheceram também esta consagração internacional.

“Mas não chegaram propriamente a fazer uma carreira lá, embora em relação a Marion Cotillard seja ainda um pouco cedo para fazer prognósticos”, prosseguiu.

Oscar 2008 por “Piaf: Um Hino ao Amor”, a jovem foi logo convidada por Michael Mann para trabalhar com Johnny Depp, vindo em seguida Woody Allen, Christopher Nolan, Steven Soderbergh… Mas ela queria realmente, até se instalou por lá”, comentou Fabrice Leclerc, redator-chefe da revista Studio Ciné Live.

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“Hoje, Dujardin teve acesso ao status de ‘star’, ele é aquele que dançou com um cão, mas o público americano não o conhece ainda bem”, acrescentou Fabrice Leclerc que prevê para ele “uma carreira à la Depardieu ou à la Jean Reno”, franceses, com algumas aparições em filmes americanos.

Mesmo Juliette Binoche permaneceu uma atriz “europeia” mais do que americana após sua estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante pelo papel em “O Paciente Inglês”, de 1997.

E, ao contrário de Cotillard ou de Binoche, o inglês de “O Artista” não é ainda fluente o suficiente para não causar problemas.

É a vantagem de um filme mudo, tanto para o ator quanto para a produção, resolvendo de uma só vez os problemas com a legenda e a dublagem.

Para Antoine de Clermont-Tonnerre, presidente da Unifrance, organismo de promoção do cinema francês no exterior, Dujardin “tirou muito bom partido de seu sotaque: sua performance, não apenas como ator, mas na campanha pelo Oscar, pode ser vista como um modelo”.

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O cineasta Jean-Paul Salomé, que preside a Associação de Diretores e Produtores (ARP), considera que seu inglês sumário representa um “pequeno defeito”.

“Isso se aprende depois. É um bom artista, tem este charme que agrada tanto aos americanos. Ele vai receber propostas, é certo. Mas não deve ficar preso a empregos pouco interessantes”.

Mas o comentário geral é que Jean Dujardin, casado com a atriz Alexandra Lamy, não tem nenhuma vontade de mudar seu modo de vida.

Este Oscar, dizia ele na noite americana, “quer dizer justamente que há mais liberdade. Não quero mudar meu instinto, minhas escolhas, minha vontade. Tenho uma ótima vida, não quero que mude”.

Ora, inscrever-se na paisagem hollywoodiana pressupõe “dobrar-se a regras de todo um sistema feito de produtores, agentes, mídia… é preciso participar do jogo profundamente e, principalmente, em tempo integral”, disse Jean-Michel Frodon.

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“As obrigações são muitas e muitos artistas franceses preferem outras formas de trabalhar”, acrescentou.

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