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Ivete: “Americanos aprendem ‘baianês’ para cantar comigo”

Em turnê pelos EUA, a cantora falou ao site de VEJA sobre as apresentações, o fim do ‘monopólio’ do axé e a comemoração de seus 20 anos de carreira, com um grande show que será gravado em DVD, em dezembro

Por Carol Nogueira
16 ago 2013, 09h28

Uma das mais bem-sucedidas artistas brasileiras da atualidade, a baiana Ivete Sangalo tenta agora uma segunda e maior investida nos Estados Unidos, onde se apresentou em 2010 em um único show no Madison Square Garden, em Nova York. Em viagem com a turnê Real Fantasia, ela já fez dois shows lotados em Oakland e Los Angeles e tem mais três agendados para este fim de semana, em Lynn (dia 16), Newark (17) e Miami (18). As apresentações, ela jura, não contam apenas com brasileiros, que compõem grandes colônias nas cidades selecionadas para a tour. “Tem bastante americano, também. Alguns acompanham todos os shows e até aprendem português, quer dizer, no meu caso, baianês”, diz aos risos Ivete, apresentada em reportagens americanas como a “rainha do Carnaval” do Brasil.

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“O importante é ter corpão, não precisa nem cantar direito”, diz Ivete

Apesar da investida no mercado americano, a cantora afirma ainda não ter planos de gravar em inglês. “Acho que isso tem de ter um porquê. Se eu traduzisse as minhas músicas, seria um desastre. Às vezes, o que faz sentido em uma língua, não faz em outra”, afirma Ivete, que lançou no ano passado uma música com a cantora colombiana Shakira e diz sonhar em gravar um dueto com Stevie Wonder. “Cantaria qualquer coisa com ele.”

Celebrando neste ano 20 anos de carreira, sete deles à frente da Banda Eva, ela se prepara para fazer em dezembro um super-espetáculo na Arena Fonte Nova, em Salvador, espaço com capacidade para mais de 50 000 pessoas. “Será um show de grandes proporções, como foi o do Madison Square Garden”, diz. A apresentação será gravada em DVD e deve embalar os shows da cantora no próximo Carnaval.

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Leia abaixo a entrevista com Ivete Sangalo.

Quem está na plateia dos seus shows nos Estados Unidos? A maioria é brasileira. Mas também tem muitos americanos. Alguns acompanham, alugam carro e vão a todos os shows. Eles até aprendem português para cantar as letras. Quer dizer, no meu caso, baianês (risos).

Tem vontade de gravar em inglês? Não tenho, porque acho que isso teria de ter um porquê. Se eu traduzisse as minhas músicas, seria um desastre. Às vezes, o que faz sentido em uma língua, não faz em outra.

Você dublou recentemente a animação Aviões, da Disney. Como foi? Foi delícia. Eu fiz em espanhol, também. Nunca tinha feito nada parecido, e foi engraçado escutar a minha voz em um personagem tão inocente, em outro tipo de arte. É bem inusitado.

Como estão os planos para a comemoração dos seus 20 anos de carreira? Vai ser lindo demais. Será uma celebração da minha música. Estou ficando doida preparando isso daqui de longe. Mas estou preparando algumas releituras de clássicos desses 20 anos e vou cantar algumas inéditas, também, faixas que vão entrar no disco que eu pretendo lançar no ano que vem. Vai ser uma mega produção, parecida com a do Madison Square Garden. Tem de ser, né, afinal, são 20 anos. Mas, a princípio, não vamos ter convidados internacionais. Melhor dizer “por enquanto” (risos).

Você já abriu shows da Beyoncé no Brasil, gravou com a Shakira, cantou com Dave Matthews… Se pudesse escolher alguém para um dueto, quem seria? Stevie Wonder. Eu cantaria qualquer coisa com ele (e cantarola algumas músicas).

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Em 20 anos de carreira, você conseguiu se manter relevante, apesar de o axé, por si só, ter perdido um pouco o espaço no mercado, que divide hoje com os sertanejos e o gospel. É, divide. Eu não acho que o axé tenha perdido popularidade. Na verdade, o que acontece hoje é que o axé não tem mais o monopólio que tinha antigamente. Isso aconteceu porque, com a tecnologia atual, as pessoas têm acesso a mais coisas. Mas é algo bom. .

Você deu uma entrevista para a revista Billboard que causou certa controvérsia recentemente. Nela, você dizia que não gravaria uma música para a Copa do Mundo porque havia uma guerra entre os artistas para fazer isso. Não é que haja uma guerra, mas as minhas músicas que foram apropriadas pelo futebol não foram feitas exclusivamente para isso. Aconteceu. Nunca imaginei que Festa seria o tema da conquista da Copa do Japão, mas, quando vi, era isso o que estava acontecendo. Não acho errado criarem músicas para a Copa, mas não vamos ser tão pretensiosos. É o povo quem escolhe seus hinos.

Em várias das entrevistas que você deu no exterior, perguntaram sobre os protestos que estão acontecendo no Brasil. Todos os jornalistas me perguntam. Mas as pessoas em geral não perguntam. Às vezes, vou a um restaurante e os garçons americanos vêm me dizer que adoram música brasileira, é a primeira coisa que eles falam. Só depois eles falam de futebol, outro tema recorrente. Mas os protestos são importantes, porque um país que não se preocupa com o seu futuro é um país que não evolui.

Você foi uma das primeiras a apoiar Daniela Mercury publicamente no Twitter quando ela revelou que estava com a jornalista Malu Verçosa. Já sabia que ela estava namorando uma mulher? Sim, faz tempo. Fiquei muito feliz por ela, porque Daniela é uma mulher de muita convicção, de personalidade forte, determinada.

Você se espantou com a repercussão do caso? Não, imaginava que fosse acontecer isso mesmo. É natural, porque alguns seres humanos ainda estão ligados a uma mentalidade muito antiga. Achei muito importante o que ela fez, porque isso liberta as pessoas desse pensamento retrógrado. Eu, por exemplo, não viveria sem meus amigos gays.

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