Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Falta tensão em filme de José Padilha sobre sequestro de avião

Em '7 Dias em Entebbe', diretor tenta mostrar as várias facetas do conflito entre israelenses e palestinos e dos grupos radicais de esquerda dos anos 1970

Por Mariane Morisawa, de Berlim
19 fev 2018, 18h45

José Padilha está de volta ao Festival de Berlim, de onde saiu com o Urso de Ouro em 2008 por Tropa de Elite. 7 Dias em Entebbe, que não concorre a prêmios, fez sua gala na noite de hoje, no Berlinale Palast. Padilha fica no território que o consagrou, o thriller de tons políticos, mas, desta vez, com muito menos ação.

7 Dias em Entebbe baseia-se no caso real do sequestro de um avião da Air France, na rota Tel Aviv-Paris, em 1976. Os autores do ato foram membros da Frente pela Libertação da Palestina e da organização alemã Baader-Meinhof, que defendia uma revolução comunista. O avião com dezenas de israelenses a bordo (entre outras nacionalidades) foi desviado para Entebbe, em Uganda, então sob o comando do violento ditador Idi Amin Dada (vivido por Nonso Anozie).

O filme com roteiro de Gregory Burke (de 71: Esquecido em Belfast, que concorreu ao Urso de Ouro em 2014) procura ter uma visão multifacetada do evento. Os personagens principais são os dois sequestradores alemães, Wilfried Böse (Daniel Brühl) e Brigitte Kuhlmann (Rosamund Pike), mas o filme também mostra os palestinos (em especial Jaber, interpretado pelo marroquino Omar Berdouni), os políticos israelenses Shimon Peres (Eddie Marsan) e  Yitzhak Rabin (Lior Ashkenazi), os reféns, em especial o engenheiro de voo Jacques Lemoine (Denis Ménochet), e os soldados encarregados da missão militar de resgate, liderada por Yonatan Netanyahu, irmão do atual primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu.

Padilha, que se cercou de colaboradores habituais, como Lula Carvalho na direção de fotografia e Daniel Rezende na montagem, está interessado em mostrar as motivações por trás de uma situação tão complicada. Nem mesmo as razões do envolvimento dos palestinos e dos alemães são as mesmas, como deixa claro um diálogo entre Böse e Jaber. Peres e Rabin eram defensores de posições opostas: o primeiro, na posição de Ministro da Defesa, queria mais dinheiro para as Forças Armadas e uma solução militar para o caso, enquanto o segundo, primeiro-ministro, desejava mais orçamento para cultura e educação e negociações com os palestinos.

O que falta a 7 Dias em Entebbe é tensão e um pouco de ação também, que Padilha tenta compensar intercalando todos esses lados com a coreografia Echad Mi Yodea, de Ohad Naharin, um metáfora da migração de judeus e formação do Estado de Israel após a Segunda Guerra Mundial. Quando a ação acontece, funciona, como costuma ser nos trabalhos do diretor. Mas, apesar das boas intenções, falta um pouco de liga nas cenas com mais diálogos.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.