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Espetáculos latinos retratam passado de repressão

Por Da Redação
18 jul 2012, 10h10

Por AE

São Paulo – Um teatro calcado em reminiscências. Impressões pessoais. Episódios autobiográficos que se amarram no palco. Tudo isso para dar conta de um passado que em muito transcende a dimensão individual: a intenção é falar de ditadura militar, repressão e dos seus impactos na vida de uma nação inteira.

“Mi Vida Después” – espetáculo que é um dos destaques do Cena Contemporânea, festival de teatro de Brasília que se estende até o dia 29 – revive o período ditatorial na Argentina a partir das memórias de seis atores nascidos entre os anos 1970 e 80. Abandona a ideia de denúncia ou homenagem, tão em voga quando o assunto são os traumáticos governos autoritários da América Latina. Antes, prefere vasculhar a intimidade para chegar à política. “Me interessa o cruzamento das histórias pessoais e da história de um país. Creio que a dimensão biográfica, íntima de uma obra é o mais poderoso”, disse à reportagem a diretora Lola Arias. “Não é uma obra que fala de ditadura de uma maneira geral, mas de como a vida de determinadas pessoas, que nasceram nessa época, foi afetada por esse fato.”

Um dos nomes mais festejados da fervilhante cena portenha, Lola Arias borra as fronteiras entre realidade e ficção. Mas não é a única a valer-se da prerrogativa para examinar a história recente de seu país. No mesmo festival de Brasília, procedimentos semelhantes atravessam outras criações latinas. Ainda que, curiosamente, não despontem com o mesmo ímpeto nas produções brasileiras.

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Tanto na peça mexicana “El Rumor del Incendio”, quanto em “Villa + Discurso”, vinda do Chile, jovens artistas, que não viveram sob a égide ditatorial, examinam as motivações e os impasses vivenciados por seus pais. “Como filhas da ditadura, essas personagens não viveram a experiência da geração anterior. Portanto, são capazes de questionar tudo isso do ponto de vista da memória”, considera o encenador e dramaturgo chileno Guillermo Calderón.

Em “Villa + Discurso”, Calderón combina duas peças na mesma obra. A primeira delas focaliza o encontro de três mulheres, filhas de vítimas do governo Augusto Pinochet. Caberá a elas decidir que destino dar ao espaço da Villa Grimaldi – principal centro de tortura do regime. Na segunda metade da criação, o que se observa é um fictício pronunciamento de despedida de Michelle Bachelet. Última dirigente do Chile, Bachelet foi vítima da ditadura. Ao assumir o poder, teve a chance de rever crimes e fatos não revelados da época. Estranhamente, contudo, preferiu silenciar a reviver o assunto. “Teatro também se faz no calor do momento. Não busco objetividade. Não preciso ter distanciamento histórico”, observa o autor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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