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Escritor chinês Mo Yan ganha prêmio Nobel de Literatura

Autor é conhecido por sua escrita fantasiosa e crítica à sociedade chinesa

Por Da Redação
11 out 2012, 08h55

O escritor chinês Mo Yan, de 57 anos, é o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura 2012, anunciou nesta quinta-feira a Academia Sueca. O valor do prêmio é o equivalente a 1,2 milhão de dólares (2,4 milhões de reais). Mo Yan é o primeiro chinês a vencer o Nobel. Em 2000, o escritor Gao Xingjian também recebeu o prêmio, mas é cidadão francês.

“Ele tem uma escrita única. Se você ler meia página de Mo Yan, imediatamente saberá que se trata dele”, disse Peter Englund, presidente da Academia Sueca, que comentou ainda que os livros de Mo Yan são marcados por seu “realismo alucinatório, que funde contos folclóricos, história e contemporaneidade.”

Mo Yan é um dos autores mais famosos na China, e já foi traduzido para várias línguas, entre elas, inglês, espanhol, francês e alemão. No entanto, nenhum de seus trabalhos foi publicado no Brasil. Sua escrita fantasiosa é frequentemente comparada à de Franz Kafka, e seus livros falam de forma crítica sobre a socidade chinesa, a corrupção e a dura vida no campo. Por esse motivo, muitos deles foram banidos no país.

Seu romance mais famoso publicado no Ocidente é Sorgo Vermelho, que deu origem ao filme de mesmo nome dirigido por Zhang Yimou — e que se tornou o primeiro filme chinês a vencer o Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim, em 1988.

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Outros dois de seus romances foram adaptados para o cinema: Xingfu shiguang (2000), também de Zhang Yimou, foi baseado no livro Shifu yuelai yue youmo; e Nuan (2003), de Huo Jianqi, adaptado de The White Dog and the Swing (O cão branco e o balanço, em tradução livre).

Desde que publicou o seu primeiro romance, Tou Ming de Hong Luo Bo (A cenoura de cristal e outras histórias), em 1986, Mo Yan já lançou dezenas de livros e histórias curtas, todos em mandarim. Em seu último romance, Wa, lançado em 2009, o escritor questiona a política chinesa de permitir apenas um filho por casal.

Biografia – Mo Yan nasceu no dia 17 de fevereiro de 1955, em Gaomi, na província de Shandong. Seus pais eram fazendeiros. Ele deixou a escola durante a Revolução Cultural Chinesa para trabalhar em uma fábrica, e se juntou ao Exército de Libertação Popular aos 20 anos. Ele começou a escrever ainda quando era um soldado, em 1981, e três anos depois, começou a lecionar no departamento de literatura do exército.

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Mo Yan é apenas um pseudônimo adotado pelo escritor, e significa “não fale” em mandarim — seu nome verdadeiro é Guan Moye.

Ele já foi indicado a vários prêmios durante sua carreira, inclusive o Man Asian Literary Prize, promovido pela organização do Man Booker Prize, pelo livro Fengru feitun (Peito Grande, Ancas Largas, como foi publicado em Portugal). Este causou grande controvérsia na China pelo teor sexual da história, e foi retirado de circulação no país.

Nobel – Mo Yan entra para o restrito grupo de 109 autores que receberam o Nobel da Literatura desde 1901. Destes, apenas 12 são mulheres, e dois homens já recusaram o prêmio: Boris Pasternak, em 1958, e Jean Paul Sartre, em 1964. Entre os últimos vencedores estão o sueco Tomas Tranströmer (2011) e o peruano Mario Vargas Llosa (2010).

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