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Editoras acreditam que modelo da Bienal se esgotou

Expositores reclamam que evento se tornou uma grande feira de livros, com poucas ações de incentivo à leitura

Por Da Redação
21 ago 2012, 12h40

A Bienal Internacional do Livro de São Paulo bateu recorde histórico de público no último sábado, mas as 123 mil pessoas que passaram pelo Anhembi naquele dia não ajudaram a fechar a conta nos 800 mil visitantes como a Câmara Brasileira do Livro queria. Entre 9 e 19 de agosto, o evento recebeu 750 mil visitantes – em 2010 foram 740 mil, em 2008, 728 mil e, em 2006, 811 mil. Para a organização, o fato de o primeiro domingo da feira ter caído no Dia dos Pais atrapalhou. A próxima edição será de 28/8 a 7/9 de 2014.

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Corredores lotados de famílias nos fins de semana – no sábado a luz chegou a acabar por três vezes -, cheios de crianças durante as manhãs e tardes dos dias de semana e vazios à noite foram, mais uma vez, as marcas da feira. Segundo a organização, 12 mil pessoas participaram dos debates nos seis auditórios, que – com exceção do Cozinhando com Palavras, que recebeu 5 mil pessoas – quase nunca lotaram.

A Bienal é uma feira para vender livros, mas que se propõe a ajudar a formar leitores, os consumidores de livros do futuro. Na programação oficial, porém, quem saiu perdendo foram justamente as crianças. Para elas, foi construído o espaço Deu a Louca nos Livros, com exposição de brinquedos antigos e contação de histórias. Mas em nenhum momento elas tiveram a chance de conversar com os escritores.

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Nos bastidores, a conversa entre os expositores era de que o modelo da Bienal está esgotado e não vale a pena participar. Tanto que este ano, Summus, Cosac Naify, Pallas e Positivo não montaram estande. Outras, como a Scortecci, talvez não voltem. “Receber 750 mil pessoas num evento cultural é a prova de que ainda existe um grande interesse. Há melhorias a serem feitas, mas esgotamento é uma palavra fortíssima e não acredito nisso”, diz Karine Pansa, presidente da CBL.

Para Breno Lerner, superintendente da Melhoramentos, o formato da Bienal ainda não é o ideal. “Temos de aumentar as ações de formação de leitores. Poderia ser algo como a Disney dos livros, com muitos auditórios com atividades simultâneas e, no fim, uma grande livraria”, sugere. Mesmo assim, é um dos maiores entusiastas da feira. “Não consigo empatar o investimento com o dinheiro que tiro no balcão, mas se somarmos o ganho com as conversas com professores e leitores e os negócios que fiz, eu teria um retorno muito maior do que o investimento”, diz. Só de venda de direitos autorais, a editora calcula que tenha ganhado 124 mil dólares. E só de livros do Ziraldo foram vendidos 5 mil exemplares. “Sou o autor que mais vende”, gabava-se o escritor pelos corredores.

A Record registrou 23% de aumento nas vendas, com destaque para os títulos juvenis. Na Rocco, os adolescentes também foram os maiores compradores. A Senac vendeu 15% mais. Se não teve lucro, a V&R pelo menos conseguiu superar o faturamento da Bienal do Rio, tida como a feira mais rentável. A Escala também vendeu mais do que no Rio. “Ganhar dinheiro é difícil. Quem participa e faz um empate deveria ficar feliz porque divulgou o produto e não gastou”, diz o diretor Diego Drummond.

(Com Agência Estado)

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