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Débora Rodrigues: ‘Eu não faria Mulheres Ricas de novo’

A ex-MST, capa da ‘Playboy’ em 1997 e piloto da Fórmula Truck tem um novo trabalho na televisão em vista: um programa sobre carros

Por Raissa Pascoal
5 mar 2012, 12h01

Considerada a mais sensata entre as tresloucadas Mulheres Ricas, Débora Rodrigues rejeita participar de uma nova temporada do programa, que termina nesta segunda-feira. Enquanto faz apliques na longa cabeleira loira em um spa paulistano, a piloto de Fórmula Truck conta ao site de VEJA que foi convidada para participar do reality show da Band para servir de contraponto às ricaças Val Marchiori, Brunete Fraccaroli, Lydia Sayeg e Narcisa Tamborindeguy. “Eu não tenho nada a ver com elas. Eu não tenho frescura.”

ENQUETE: Qual a sua preferida entre as Mulheres Ricas?

A ex-sem-terra, que se tornou conhecida depois de posar para a revista Playboy, acredita que o que a diferencia das colegas é o tipo de vida que ela teve. “Quando era mais nova, eu não tinha tempo para ficar sonhando, ‘Ai, eu vou ser modelo, vou ficar famosa’. Eu tinha que pôr arroz e feijão dentro de casa”, diz. “Se minha funcionária faltar e eu precisar lavar roupa e cozinhar, eu lavo e cozinho.”

Definindo a si mesma como “simples” e “caipira”, porque saída do interior do Paraná, Débora diz que, diferentemente da arquiteta Brunete Fraccaroli, que trata sua cachorra como gente, para ela bicho é bicho. “Bicho tem que estar no lugar de bicho e gente, no lugar de gente.” Quanto à perua Val Marchiori, a personagem mais venenosa e contravertida do reality show – ela adora alfinetar as colegas pelas costas e ri do jeito simples da ex-MST -, para Débora ela não passa de um personagem. “Longe das câmeras, ela é uma pessoa normal. Eu falo para ela que prefiro a Valdirene à Val.”

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A negativa de Débora a uma segunda temporada de Mulheres Ricas não significa arrependimento por participar do programa – ao menos, Débora nega ter se arrependido. Diz apenas que vai seguir na TV de outra forma. “Estou com um projeto de um programa de carros e em conversa com duas emissoras. Serei apresentadora.”

Capa da 'Playboy' com Débora Rodrigues
Capa da ‘Playboy’ com Débora Rodrigues (VEJA)

Trajetória – A fama e a fortuna de Débora Rodrigues começaram a ser construídas no final da década de 1990. Na época, a militante do MST tinha apenas 29 anos, mas já havia trabalhado como babá, frentista, motorista de caminhão e ônibus, recepcionista e secretária para alimentar os dois filhos.

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Em 1997, o jornalista Ricardo Setti, na época diretor de redação da revista Playboy e hoje colunista do site de VEJA, viu uma foto da moça no jornal, ao lado de um líder do MST. A beleza do rosto de Débora se sobressaiu diante de seu estilo simples – calça jeans, rabo-de-cavalo, boné do MST e argolas – e lhe rendeu um convite que mudaria sua vida.

O vazamento da informação de que ela posaria nua para a Playboy deu início a uma verdadeira novela. Após críticas, defesas e discussões quanto ao valor de seu cachê – que fechou bem acima dos 20.000 oferecidos inicialmente, além da parte variável de acordo com a quantidade de exemplares vendidos -, Débora saiu na capa da edição de outubro de 1997.

A fama instantânea da Musa dos Sem-Terra a levou ao comando do programa Fantasia, no SBT, ao lado de outras mulheres, em 1997. Em 1998, a experiência no volante de caminhões a transformou no primeiro piloto mulher da Fórmula Truck. Além de aumentar sua fortuna, Débora se casou com o piloto Renato Martins, dono da RM Competições, equipe da qual faz parte atualmente. Antes de virar uma das Mulheres Ricas, Débora ainda apresentou alguns quadros do programa Siga Bem Caminhoneiro, também no SBT, que saiu do ar em 2009.

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Você está acompanhando a repercussão do reality show Mulheres Ricas? Sim. O programa está dando o que falar, o que todo programa precisa. Mesmo quem não gosta mas não para de assistir, porque quer ver o que vai acontecer, né?

Você se sente bem representa no programa? Não. A começar pelo título. Nunca gostei dele e nunca escondi isso do diretor. Depois, eu não tenho nada a ver com as outras participantes. Na verdade, fui convidada para ser o contraponto delas no reality. E foi por isso que aceitei, também.

Você se arrepende de ter aceitado? Não, não me arrependo. Valeu pela experiência, mas não é uma coisa que eu gostaria de fazer novamente.

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Das cinco, você é a que gasta menos? Com certeza. Eu, que gasto menos, sempre tive uma vida mais simples. Eu ando de calça jeans, de rasteirinha, de camiseta, de moto. Sou caipira e acho que bicho tem que estar no lugar de bicho e gente, no lugar de gente. Ao contrário da Brunete, que toda hora está com o cachorro no colo. Se minha funcionária faltar e eu precisar lavar roupa e cozinhar, eu lavo e cozinho. Eu não tenho frescura. Acho que essa é a nossa diferença.

O que você acha que tem de diferente da Val Marchiori? Eu acho que a diferença é de gênio. E também de vivência: eu me tornei conhecida aos 29 anos, já era mãe de dois filhos, já batalhava sozinha. Eu não tinha tempo para ficar sonhando, “Ai, eu vou ser modelo, vou ficar famosa”. Eu tinha que pôr arroz e feijão dentro de casa.

O que você acha da postura da Val? Em minha opinião, a Val criou uma personagem e a abraçou. Longe das câmeras, é uma pessoa normal. Eu falo para ela que prefiro a Valdirene à Val.

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Como é a personagem Val? Ela não tem problema em mostrar para as pessoas esse lado que gosta de ostentar, não tem vergonha de mostrar a diferença social.

O que você acha das críticas que ela faz? Isso é de cada um. Isso não é ruim para mim nem para a Brunete nem para a Lydia. Só fica ruim para a Val, porque você vê que as pessoas nas redes sociais terminam ficando contra ela. Mas eu não levo em consideração, porque as críticas são feitas pela personagem, não são de coração. Eu já passei por tanta coisa, que uma Valdirene a mais, uma Valdirene a menos, não vai me assustar.

O que você achou dos comentários da Brunete sobre a sua casa, quando ela disse que precisava demolir? Eu não achei simpático, óbvio, mas o meu filho já tinha me avisado. Todo mundo tem direito de gostar ou não de alguma coisa, principalmente quando você sai do comum. E eu não tenho nada comum, eu não sou comum. Para mim, as críticas da Brunete foram normais, mas na TV ficaram antipáticas.

E como ficou a reforma? Nós fizemos só o lavabo, que eu precisava mesmo. A minha intenção é mudar de casa e de condomínio.

O programa foi gravado de julho a setembro. Vocês ainda se falam? Sim, lógico, nós nos falamos direto por telefone. E, depois que acabaram as gravações, eu, a Val e a Brunete saímos para jantar. A Lydia tinha outro compromisso e não pôde ir, e a Narcisa foi para o Rio. Os nossos programas serão sempre esses: um jantarzinho, um happy hour.

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