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Como funciona a indústria de novelas infantis do SBT

VEJA acompanhou os bastidores das gravações da nova trama da emissora de Silvio Santos, 'As Aventuras de Poliana'

Por Marcelo Marthe Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 abr 2018, 09h21

Reportagem da edição de VEJA desta semana mostra como funciona por dentro a indústria de novelinhas infantis do SBT. Com a desinibição de quem cresceu nos estúdios da TV, Maisa Silva gasta a tarde num périplo pela emissora de Silvio Santos. Na pele de Juju Almeida, personagem que mantém um vlog (diário em vídeo) na novela Carinha de Anjo — transmutado em popularíssimo canal no YouTube —, Maisa invade a gravação do humorístico A Praça É Nossa. Sobe ao palco de Eliana para dar uma tietada. Faz uma entrevista cheia de micagens com Danilo Gentili. É uma jovem exercitando o beija-mão despudorado de veteranos da TV? Errado. É uma jovem emprestando seu prestígio aos mais velhos. Maisa integra a nova categoria que tem feito a alegria do patrão Silvio: as estrelinhas das novelas infantis do SBT. Além de Maisa, de 15 anos, essa indústria produz celebridades como Lorena Queiroz, de 7 anos, Sophia Valverde, de 12 — e, claro, a mais onipresente e bem-sucedida de todas: Larissa Manoela, de 17.

Com suas novelinhas, o SBT cevou uma audiência estável acima de 10 pontos, enquanto a Record vive altos e baixos com suas produções bíblicas. Graças ao trunfo no horário nobre, já faz coisa de um ano que o SBT retomou o segundo lugar na TV brasileira, que havia perdido para a rival no fim da década passada. Quinze milhões de crianças e adultos são impactados por essas novelinhas. Mas é na internet que se percebe o pulo do gato. Carinha de Anjo caminha para a marca espantosa de 1,4 bilhão (sim, bilhão) de visualizações e 3,4 milhões de seguidores no YouTube. Há outros 39 milhões de vídeos vistos e 1,4 milhão de inscritos no Vlog da Juju. Estrelada por Sophia Valverde e Larissa Manoela, a nova trama da casa, As Aventuras de Poliana, já teve lançados produtos como a boneca da protagonista meses antes da estreia, na segunda quinzena de maio.

Para contrabalançar a ternura dessas tramas, há piscadelas para a geração conectada. Os clipes são o momento mais aguardado. Às vezes, há mais de um a cada capítulo, e essas pílulas musicais reverberam ad infinitum na internet. O Rap da Água, em que a Juju de Carinha de Anjo dá uma de militante ecológica, tem quase 20 milhões de visualizações. Os clipes também atendem a um imperativo da produção: esticar as tramas ao máximo. Com seus 390 capítulos, Carinha de Anjo é duas vezes mais longa que as atuais novelas das 9 da Globo — ainda que perca para os 545 capítulos de Chiquititas. A nova Poliana poderá igualar o feito: ficará no ar por dois anos. “Isso dilui os custos e aumenta o faturamento”, diz Boury. Cada capítulo sai por 280 000 reais, três vezes menos do que a Record torra nos novelões bíblicos. Boury explica a feitiçaria: “Alguns clipes são repetidos umas vinte vezes na novela. As crianças param o que estão fazendo e correm para a TV”.

Das estrelas das novelas, só Larissa e Maisa têm contratos longos, até o fim de 2019. Segundo fontes da TV, Larissa ganha na faixa de 45 000 reais por mês, com direito a folga nos sábados. Já houve flertes com a Globo, mas ela desconversa. “O futuro a Deus pertence. Mas a gente deixa as portas abertas”, diz. Maisa ganha metade disso, porém está crescendo. “Ela é a cara do SBT, e faz uma dupla impagável com Silvio Santos”, afirma Marcia Ítalo. A emissora planeja criar um talk-show para ela na internet. “Não adianta só ter vontade ou dom. A gente tem de ser um mix de tudo”, ensina Maisa.

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