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Chá para toda hora

Os brasileiros nunca ingeriram tanto a bebida como agora. O hábito vem sendo incrementado com a importação de novas plantas e formas diferentes de preparo

Por Natalia Cuminale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 nov 2018, 07h00 - Publicado em 23 nov 2018, 07h00
(Arte/VEJA)

“O chá prepara o espírito e harmoniza a mente. Dissipa a lassidão e alivia a fadiga. Desperta o pensamento e previne a sonolência. Ilumina ou refresca o corpo e clarifica a percepção.” Foi assim que o monge budista chinês Lu Yu descreveu a bebida há 1 200 anos, na mais antiga obra já publicada sobre o tema: Ch’a Ching (O Clássico do Chá). Hoje o chá é a bebida mais consumida no mundo, depois da água. Os ingleses, conhecidos pelo hábito de beber chá, ingerem 165 milhões de xícaras por dia, uma média de três por habitante. Os brasileiros ainda estão longe de chegar lá — apenas onze xícaras por pessoa em um ano inteiro. Mas o cenário está mudando drasticamente.

O consumo per capita anual no Brasil cresceu 24% entre 2012 e 2017, enquanto no resto do mundo a expansão foi de 9%. Michel Bitencourt, tea sommelier, como é chamado o especialista em chás, explica o fenômeno: “O boom foi impulsionado com a chegada de novas plantas e formas diferentes de preparar a bebida”. Ervas como a africana rooibos, de sabor frutado, e a chinesa pu erh, com gosto terroso, agradaram aos brasileiros. Misturadas a destilados, sucos ou água gelada, entraram no cardápio de bares e restaurantes (veja receita ao lado). Nos últimos cinco anos, foram inauguradas no país pelo menos 25 casas especializadas em chás, lojas que comercializam não só tipos exóticos de plantas, como também produtos sofisticados para a degustação da bebida. Prevê-se uma expansão de 30% desses estabelecimentos a cada ano.

Os chás prediletos dos brasileiros, no entanto, ainda são os com propriedades medicinais. A força do hábito vem da herança indígena e da vasta biodiversidade de plantas terapêuticas. “A ciência reconhece o uso de chás tanto para auxiliar no tratamento quanto na prevenção de doenças”, diz Luna Azevedo, nutricionista da clínica Nutrindo Ideais. A menta, por exemplo, possui o composto ativo mentol, que, em infusão, acelera a digestão e atua como analgésico nas dores de barriga. As catequinas, substâncias do chá-verde, têm efeito antioxidante, prevenindo o envelhecimento. Independentemente do propósito, a melhor maneira de extrair as qualidades dos chás é comprá-los na forma in natura ou a granel, com as folhas cortadas. Em saquinhos, uma invenção americana do século XX, eles são triturados e podem ser misturados a pedaços de galhos e outras plantas.

Publicado em VEJA de 28 de novembro de 2018, edição nº 2610

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