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As razões da fé

Quatro livros — três estudos acadêmicos e um manifesto de líder religioso — que ajudam a compreender as igrejas evangélicas e sua dimensão política

Por Da Redação Atualizado em 30 jul 2020, 19h48 - Publicado em 3 Maio 2019, 07h00

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Razão para Crer, de David Smilde (Editora da Eduerj; 320 páginas)
Cientista social da Universidade Tulane, David Smilde passou três anos frequentando igrejas pentecostais nas periferias de Caracas. Sua pesquisa na Venezuela desvenda processos sociais que se repetem em outros países da América Latina, no Brasil inclusive. O livro descreve como, em áreas pobres e assoladas pelo crime, a fé evangélica oferece aos moradores uma nova “força moral”, criando redes de ajuda mútua e propagando um estilo de vida disciplinado. Há, em suma, boas razões materiais para que as classes desfavorecidas busquem exercer sua fé nas igrejas pentecostais.


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Plano de Poder, de Edir Macedo, com Carlos Oliveira (Thomas Nelson; 128 páginas)
Manifesto do bispo que comanda a Igreja Universal do Reino de Deus e a Rede Record, o livro fala de um “projeto de nação elaborado e pretendido pelo próprio Deus” e conclama os evangélicos a usar sua “potencialidade numérica” para “decidir qualquer pleito eletivo, tanto no Legislativo quanto no Executivo, em qualquer escalão, municipal, estadual ou federal”. Recorrendo ao exemplo bíblico, Edir Macedo compara os evangélicos ao povo hebreu escravizado no Egito, à espera de Moisés (seria ele mesmo?). Há exaltação e exagero nessa visão político-teológica, mas o livro vale sobretudo pela exposição explícita, desde o título, de um plano de poder.

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Evangelicals and Politics in Asia, Africa and Latin America, de Paul Freston (Cambridge University Press; 360 páginas)
Diretor da área de religião na América Latina da Universidade Baylor, o americano Paul Freston fez um estudo amplo comparando o movimento evangélico na política em 27 países da África, Ásia e América Latina. No capítulo dedicado ao Brasil, ele traça um histórico da mudança de posicionamento das igrejas pentecostais nos anos 80, que trocaram o conselho “crente não se envolve com política” pelo mote “irmão vota em irmão”. Foi a partir de então que os evangélicos começaram a eleger representantes políticos. O estudo não tem versão em português.


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Neopentecostais, de Ricardo Mariano (Edições Loyola; 248 páginas)
Ao mergulhar fundo no movimento neopentecostal no Brasil, centrado na ascensão da Igreja Universal, o sociólogo da religião Ricardo Mariano, da Universidade de São Paulo, mostra como se difundiu entre as igrejas brasileiras a chamada “teologia da prosperidade”, que entende a riqueza como comprovação da fé. Mariano observa que essa nova teologia não é uma continuidade da “ética protestante”, que, segundo a teoria clássica do sociólogo alemão Max Weber, embasou a expansão capitalista. O estímulo ao consumo das igrejas neopentecostais tem pouco a ver com a austeridade calvinista estudada por Weber.

Publicado em VEJA de 8 de maio de 2019, edição nº 2633

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