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Artista guatemalteco busca ‘democratização’ da arte com pinturas em corpos

Por Da Redação
19 jun 2012, 11h47

Marta Hurtado.

Genebra, 19 jun (EFE).- Uma obra de Picasso pintada no corpo de uma mulher que caminha pelas ruas da Basileia e uma de Gustav Klimt no corpo de uma alemã são alguns exemplos de como o artista guatemalteco Fernando Morales de la Cruz espera ‘democratizar’ a arte.

‘A arte deveria unir pessoas ao invés de segregá-las, e os museus teriam que ser espaços públicos e de acesso universal’, afirma o artista, que, devido à falta mencionada, apresenta suas obras-primas nos corpos de pessoas voluntárias e desconhecidas.

‘Minha estratégia é fazer com que a arte se una à cidadania em vez de segregá-la. Seria necessário tirar a arte dos museus, que, apesar de serem públicos, continuam sendo lugares excludentes’, afirmou Morales em entrevista à Agência Efe.

O artista lamenta o fato de que as obras expostas e guardadas nos museus, apesar de serem consideradas patrimônio universal da Humanidade, ‘acabam sendo restritas e desfrutadas por poucos privilegiados’.

O artista considera que os museus ‘não estão desenhados para serem centros educativos, nem lugares de inspiração, como deveriam ser’. Morales acredita que é necessário desenvolver uma campanha para que os cidadãos voltem a se apossar ‘da arte’ e, por isso, criou o ‘ItiMa’ (The Itinerant Museum of Art) e o projeto ‘The Living Art Collection’, que ‘retira a arte das caixas e dos museus para levá-la de volta à vida e ao movimento das ruas’, explicou.

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‘Estamos criando uma plataforma para as pessoas do século XXI, sem nenhuma discriminação de forma e utilizando todos os modos de criação’, afirma o artista que considera o corpo humano o formato ideal para mostrar uma obra prima.

‘O próprio ser humano é um objeto de arte mais valioso do que qualquer outro objeto’, acrescentou Morales.

Outro aspecto que caracteriza sua ‘obra’ é que as peças são únicas no tempo e no espaço. Ou seja, o corpo da mulher ou do homem servirá uma única vez de base em um lugar específico e, em muitos casos, as ‘telas viventes’ são escolhidas por acaso.

‘A menina de Basileia vimos em um bonde. Depois, eu comentei sobre nosso projeto e, para nossa surpresa, ela aceitou toda encantada. Ela ainda nos explicou que tinha sentido discriminada por ‘ser diferente’ e que estava feliz de participar de um projeto que lutava contra a discriminação’, explicou o artista guatemalteco.

‘Exatamente o que queria Van Gogh, que aceitassem como ele é’, completou Morales.

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De fato, o artista considera que as obras de arte se transformaram, de alguma forma, em uma moeda, assim como os dólares, os euros e as libras, que se adquirem e se guardam ‘em coleções privadas até o momento que seu proprietário necessite de dinheiro’.

Morales considera que o ItiMa tem a capacidade de ‘atravessar fronteiras, de proteger e defender a liberdade de expressão, e lutar pela igualdade social e a diversidade’.

Desta forma, o artista segue buscando artistas em diferentes lugares do mundo, como Berlim, Madri e Paris, para fazer com que estes pintem suas obras-primas – que a maioria admira, ‘mas poucos podem apreciar’ -, nos corpos voluntários.

mh/fk

(foto)

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