Haddad e Erundina aproveitam ato para fazer campanha
Candidatos à prefeitura de São Paulo fazem discursos contra Michel Temer. Prefeito chama o presidente de "usurpador"
Candidatos à prefeitura de São Paulo aproveitam o ato contra o presidente Michel Temer neste domingo para fazer campanha política. Fernando Haddad (PT) e Luíza Erundina (PSOL), que apareceram tecnicamente empatados na quarta posição no último Datafolha, fizeram discursos inflamados contra o peemedebista de cima do carro de som na Avenida Paulista, de onde partiu o protesto na capital. No início de sua fala, o petista ainda lembrou o seu programa Paulista Aberta. Os dois foram bastante tietados e aclamados pelos manifestantes ao chegarem à avenida.
No discurso mais duro que fez contra Temer até agora, Haddad o chamou de “usurpador” e lembrou que o presidente era secretário de Segurança Pública do Estado de SP quando a Polícia Militar reprimiu atos em favor das Diretas Já, em 1984. “A PM também reprimiu os protestos. E quem era o secretário de Segurança? Michel Temer. O que está em jogo são as nossas conquistas de 1988 e 1989”, disse o prefeito.
A hashtag #ForaTemerFicaHaddad, criada por petistas no Twitter, chegou a ficar nos Trending Topics da rede social no Brasil.
LEIA TAMBÉM:
Datafolha em SP: Doria cresce 11 pontos, e Marta, 5
Ao lado de Erundina e seu vice, o deputado federal Ivan Valente (PSOL), do alto de um carro de som, o presidente do PT, Rui Falcão, pediu no microfone apoio dos manifestantes nas urnas e puxou gritos de “Fora, Marta”, “Fora, Doria” e “Fora, Russomanno”.
“Aqui em São Paulo só Erundina e Haddad são ‘fora Temer’. Temos que derrotar o golpe também nas urnas.”
Em seu discurso, Erundina manifestou-se contra o ex-presidente da Câmara e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), frisando que foi o seu partido que entrou com representação contra o peemedebista.
Candidatos a vereador de partidos de esquerda também compareceram ao ato para distribuir santinhos e fazer bandeiraços. O candidato à vereador Eduardo Guimarães (PCdoB) até aproveitava a ocasião para gravar vídeos a seus eleitores.
Raimundo Bonfim, presidente da Central de Movimentos Populares (CMP), afirmou que, apesar da presença dos candidatos, eles não participaram da organização do ato. Segundo Bonfim, a manifestação é “apartidária”. “Agora, é óbvio que os manifestantes daqui tendem a votar nesses candidatos, mas as suas campanhas não participaram da organização. Eles só apareceram”, disse.