Professores franceses entram em greve contra demissões
Governo deve anunciar corte de 14.000 profissionais em 2012
Os sindicatos de professores da França convocaram para esta terça-feira uma greve geral que afeta instituições públicas e privadas de todo o país, em um protesto contra a redução do número de profissionais aliada a um ambiente de descontentamento pelos resultados dos alunos.
O principal alvo das críticas das centrais sindicais é o projeto de orçamento do governo para 2012, a ser apresentado nesta quarta-feira, que prevê a eliminação de 14.000 professores. Os sindicatos baseiam o protesto em números da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo os quais a França registra uma das maiores taxas de aluno por professor: no ensino médio, são 24,5 estudantes por mestre, ante 23,7 registrados nas demais nações.
Os professores de escolas particulares se queixam de que, com a situação atual, não há a possibilidade de substituir um profissional quando este se ausenta. Por isso, em muitas ocasiões, é preciso suspender as aulas, especialmente nas áreas rurais.
O líder de uma das principais associações de pais de alunos, a FCPE, Jean-Jacques Hazan, ressaltou que já é possível observar os efeitos das 52.000 supressões produzidas desde o início do mandato do presidente francês, Nicolas Sarkozy. O governo rebate as acusações, dizendo que, entre 1980 e 1995, houve um aumento do número de professores no país, mas não foi registrada melhora dos resultados dos alunos.
De acordo com a OCDE, o desempenho dos alunos franceses está abaixo do desejado.
(Com agência EFE)