Procurador da República no CE quer anulação do Enem
Ele diz que, entre falhas, não houve critério para escolha de fiscais
O procurador da República no Ceará, Oscar Costa Filho, pediu nesta quarta-feira a anulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010, realizado no último fim de semana. “A prova tem que ser nula, independentemente de qualquer coisa”, afirmou o procurador, que defende uma apuração criteriosa das responsabilidades pelas falhas.
Ele argumenta que não houve critério para a escolha dos fiscais, nem treinamento para aplicação da prova. “Eles foram escolhidos informalmente. Não tinha sequer um ofício formalizando isso, como deveria ser a escolha. Era um procedimento totalmente improvisado”, criticou. “Eu não posso colocar raposa para tomar conta do galinheiro.”
Costa Filho disse que o contrato com a gráfica RR Donnelly, que fez a impressão das provas do exame, está sob suspeita. “Os responsáveis têm que pagar pelo que fizeram. Temos que questionar a dispensa de licitação. É um contrato milionário (68,6 milhões de reais). Não pode ser atribuída idoneidade técnica a isso. Nós estamos defendendo a ilegalidade desse contrato”, afirmou.
O procurador também lembrou que o caso do jornalista que enviou o tema da redação para um jornal, em Pernambuco, durante a realização da prova “escancara” a vulnerabilidade e a insegurança da aplicação do exame. Segundo o procurador, o jornalista está sujeito a ser incriminado. Na sua opinião, houve falta de segurança na aplicação do Enem. “O exame foi cercado de segurança na retórica. O Exército só substituiu os Correios naquelas localidades onde os Correios não tinham acesso.”
Agência Estado