Por ordem do ministro da Justiça, Tarso Genro, a Polícia Federal instaurou nesta quinta-feira um inquérito para investigar o vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De acordo com Fernando Haddad, ministro da Educação, as investigações terão início em São Paulo, já que este foi o estado de onde partiu a denúncia e pelo fato de a prova ter impressa em uma gráfica de Barueri (SP).
Para Haddad, o vazamento da prova é “caso de cadeia” e há convicção por parte do ministério de que os responsáveis serão rapidamente identificados e punidos. Isso porque, segundo o ministro, os fraudadores se comportaram de forma bastante “anômala”, já que não tiveram problemas em se expor para a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo. “Dessa forma vamos chegar aos atores do delito com alguma rapidez”, destacou.
O ministro ainda afirmou que o processo de segurança do exame vai ser revisto e que é pouco provável que a prova tenha sido furtada no MEC, pois lá não existe prova impressa. O Inep, órgão que realiza o Enem, diz que o vazamento deve ter ocorrido da gráfica em Barueri. O furto do exame provavelmente foi cometido por alguém que teve acesso à prova no momento da impressão, afirma o instituto. Apesar disso, o ministro destacou que todo o processo de desenvolvimento do Enem será analisado e não apenas a fase de impressão.
A gráfica responsável pelas impressões foi contratada pelo Connase (Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção), firmado no começo do ano só para concorrer à licitação do Enem. Mesmo que a empresa seja considerada culpada pela fraude, porém, o ministro afirma que não há tempo de fazer uma nova licitação. Ele apontou duas opções: continuar com o consórcio ou contratar uma empresa em caráter de urgência. A última opção é improvável, já que o consórcio vencedor foi o único a concorrer à licitação. Um representante do Connase já foi a Brasília para prestar esclarecimentos ao ministério.
O MEC anunciou que vai gastar entre 20 e 34 milhões de reais a mais com a nova impressão do Enem. O preço total do exame é de R$ 116 milhões, segundo a assessoria de imprensa do ministério. A nova prova deve acontecer dentro de 30 a 45 dias, e o resultado final, que era previsto para o dia 8 de janeiro, terá cerca de um mês de atraso.