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“Para empreender é preciso vontade de mudar o mundo”

Especialistas em negócios dizem que é preciso sonhar alto, mas também “ter os pés no chão para fazer acontecer”. Saiba como resolver a equação

Por Lecticia Maggi
Atualizado em 24 mar 2021, 15h52 - Publicado em 14 ago 2012, 16h58

Sonhar alto é o ponto de partida de todo empreendedor. Mas especialistas concordam: o sonho não basta. É preciso estabelecer metas, planejar prazos para atingi-las e ter uma dose extraordinária de determinação. Quando se trata de empreender, o caminho da execução é tão importante quanto uma ideia brilhante ou um sonho grandioso. “O brasileiro precisa de visão grandiosa e vontade de mudar o mundo”, afirma José Carlos Dornelas, professor de MBA da Universidade de São Paulo (USP) e um dos maiores especialistas brasileiros em empreendedorismo. “Mas não adianta sonhar alto sem fazer o básico”, lembra.

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Principalmente no campo social, Dornelas ressalta que o país – e os futuros empreendedores – têm enormes desafios pela frente. Por isso, precisam pensar em projetos que tenham escalabilidade, ou seja, etapas bem definidas que permitam o desenvolvimento e a ampliação do projeto. E, desta forma, tenham a possibilidade de se expandir, atingindo e beneficiando um número cada vez maior de pessoas.

Divulgação

José Dornelas

“Empreendedores tidos como malucos transformaram o mundo. Temos que ser utópicos sim, mas com pés no chão para fazer acontecer”, considera Dornelas.

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Segundo ele, não é errado começar pequeno, o importante é não se acomodar diante de pequenas mudanças que venham a ser realizadas na sociedade. “Primeiro, atinge-se um bairro. Ao vermos que é viável, ampliamos para uma cidade”, exemplifica. São de sua autoria livros para iniciantes como Empreenda antes dos 30 e Empreenda quase sem dinheiro, além de Empreendedorismo – Transformando ideias em Negócios – este na lista dos mais vendidos do setor.

O pensamento é o mesmo compartilhado por personalidades como Marina Silva, ex-candidata à Presidência da República, e Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna. Durante oficina em São Paulo – no fim de julho – as duas destacaram que, para ser líder, não bastam boas ideias, é preciso ação. “O sonho precisa de esforço para ser realizado. Precisamos acreditar, mas acreditar criando”, disse Marina Silva.

Para interessados em começar a empreender, especialistas ouvidos por VEJA.com indicam cinco passos que servem para projetos de todos os setores:

1- Escreva sua ideia

2- Compartilhe

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3- Aperfeiçoe

4- Monte o plano de negócios

5- Invista em você. (confira a tabela com detalhes de cada fase)

Segundo João Ramirez, CEO da agência Colmeia e co-fundador do site de compras coletivas ClickON e da rede social infantil Migux, o período de ‘testes’ da ideia – aquele que especialistas chamam de fase de ‘incubação’ – é o mais importante. Ele engloba as fases de compartilhamento e aperfeiçoamento e, em geral, leva de seis meses a um ano. Nessa fase, é recomendável analisar a concorrência e conversar com profissionais mais experientes ou que já realizaram algo semelhante ao que você tem em mente. É neste momento que o candidato a empreendedor irá decidir se a ideia realmente tem condições de se concretizar ou se é necessário partir para outro projeto.

Durante a elaboração do plano de negócios, é preciso ainda pensar nos riscos financeiros que se está disposto a correr. “Empreender é realizar. E realizar é sempre correr o risco de dar certo ou não”, afirma Renato Fonseca, consultor do Sebrae-SP e autor do livro Conexões Empreendedoras. O recomendável, porém, é começar investindo pouco, o mínimo. Depois, quando o projeto der sinais de amadurecimento, entoa buscar aceleradores de negócio ou fundos de investimentos. “Quando comecei não tinha nada, apenas uma ideia”, conta Tiago Dalvi, 26 anos, criador da empresa digital Solidarium, que começou em 2007, e prevê faturar 1 milhão de reais neste ano. “Às vezes, o dinheiro da venda de um carro velho é o suficiente para começar uma start up digital”, completa João Ramirez.

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Os profissionais são unânimes em dizer que não há receitas prontas para a elaboração de um plano de negócios funcional. E não existem modelos perfeitos. O melhor projeto, lembra Fonseca, é aquele que se adequa às necessidades do cliente – ou da sociedade. “O plano, por ser inovador, pode parecer inviável. Você tem que desdobrá-lo. O Skype também parecia inviável a princípio”, recorda.

Tão importante quanto ‘testar’ a ideia e escrever um bom plano de negócios, está investir em si mesmo (ver tabela). Os especialistas destacam que, em geral, o empreendedor precisa ter habilidade de lidar com pessoas, negociar vendas e fornecedores, além de dominar aspectos jurídicos, financeiros e da área de custos da empresa. “Tem que ‘ralar’ muito. Não adianta achar que é só vontade. É preciso conhecimento e preparo”, resume Dornelas.

Saiba quais são os livros de empreendedorismo mais vendidos no país no 1º semestre de 2012:

Livraria Saraiva

1.Empreendedorismo – Transformando Ideias Em Negócios, de José Carlos Dornelas (Elsevier Editora, 280 páginas)

2. A Menina do Vale – Como o Empreendedorismo Pode Mudar Sua Vida, de Bel Pesce (Casa da Palavra, 84 páginas)

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3. Franquias Brasileiras – Estratégia, Empreendedorismo, Inovação e Internacionalização, de Pedro Lucas de Resende Melo (Cengage Learning Edições, 248 páginas)

4. Empreendedorismo – Construindo Seu Projeto de Vida, de Luiz Arnaldo Biagio (Manole Editora, 260 páginas)

5. O Fenômeno do Empreendedorismo, de Emanuel Ferreira Leite (Saraiva S/a Livreiros e Editores, 392 páginas)

Livraria Cultura

1.O Segredo de Luísa: Uma Ideia, Uma Paixão e Plano de Negócios, de Fernando Dolabela (Editora Sextante, 304 páginas)

2. Nunca procure emprego! Dispense o Chefe e Crie o Seu Negócio Sem Ir à Falência, de Scott Gerber (Editora Évora, 256 páginas)

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3. Investidor Anjo- Guia Prático para Empreendedores e Investidores, de Cássio Spina (nVersos Editora, 176 páginas)

4. A Startup Enxuta, de Eric Ries (Editora Leya, 288 páginas)

5. A Escola dos Deuses, Stefano Elio D’Anna (Barany Editora, 408 páginas)

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