Em pelo menos seis estados, movimentos grevistas de professores da rede pública estão afetando até 1,7 milhão de estudantes, ao todo, segundo sindicatos da categoria. Cada estado – ou município, no caso de Porto Alegre – tem reivindicações diferentes e negocia de maneira independente.
Os professores do Amapá entraram ontem em na quarta-feira, por tempo indeterminado. Eles reivindicam reajuste salarial de 16%, contra os 3% oferecidos pelo governo. Na capital Macapá, 90% dos professores teriam aderido.
Em Porto Alegre, a greve chegou ao terceiro dia e afeta 40.000 alunos. A categoria não aceita reajuste de 6,5% em maio e mais 0,5% em dezembro e quer 18%. A prefeitura sustenta que não pode oferecer mais. O Sindicato dos Municipários estima que 90% dos educadores estão parados, enquanto a prefeitura afirma que o índice é de 70%. A categoria diz que a greve só termina se houver nova proposta.
Em Sergipe, os professores da rede estadual entram no quarto dia de paralisação, prejudicando 300.000 alunos. Eles fazem hoje uma vigília na Assembleia Legislativa a partir das 8 horas e, na sexta-feira, um ato público no centro comercial de Aracaju. A categoria recusou proposta de pagamento integral imediato do reajuste de 15,86% para os professores do nível um e a partir de setembro para os demais níveis.
Adesão – Em Santa Catarina, onde a greve chega ao oitavo dia, a adesão é de quase 90% (35.600 dos 39.000 professores da rede), segundo o sindicato da categoria. Cerca de 600.000 alunos estariam sem aula.
A greve é uma reação à proposta do governo que fixa, por medida provisória, o piso nacional do magistério em 1.187 reais para docentes que não tinham o valor como salário-base sem a soma de abono. Antes, o mínimo era de 609 reais. Os professores são contra a MP porque ela não acompanharia o progresso de carreira. O governo se recusa a negociar, e os grevistas querem que os deputados rejeitem a MP.
Em Alagoas, onde 350.000 estão sem aula, os professores decidiram prorrogar a greve, iniciada na semana passada, por mais uma semana. Os docentes acusam defasagem de 25% no salário, mas o governo oferece 7%.
Na Paraíba, 18.000 funcionários de 600 escolas (60% dos profissionais) estão em greve há 25 dias, segundo o sindicato local, afetando as aulas de 400.000 estudantes. Os professores pedem piso de 890 reais para 30 horas semanais e manutenção das gratificações. Hoje, o piso é de 661 reais. O governo diz que aceita pagar o piso, desde que as gratificações sejam incorporadas.
(Com Agência Estado)