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Estatais recusam egressos de cursos tecnológicos

Apesar do aumento da oferta desses cursos companhias como Petrobras excluem os tecnólogos dos editais de seus concursos públicos

Por Da Redação
20 out 2010, 10h25

Profissionais formados em cursos superiores tecnológicos – como os da Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo) – enfrentam dificuldades de acesso ao mercado de trabalho por não terem o título de bacharel. Apesar dos discursos favoráveis de governos e especialistas, as empresas estatais, como Petrobras, Caixa Econômica Federal, Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) e o Metrô, excluem os tecnólogos dos editais de concurso público.

A oferta de cursos superiores tecnológicos vem crescendo no país, em grande parte incentivada pelos governos federal e estaduais. Em apenas dois anos, de 2006 a 2008, o número de vagas desses cursos cresceu 45%, segundo os dados mais recentes do Censo da Educação Superior do Instituto de Pesquisas Educacionais (Inep). Os alunos da graduação tecnológica representam 10% do total de matriculados no ensino superior.

Um dos motivos da exclusão dos tecnólogos dos quadros de funcionários é a lentidão no processo de mudança de algumas companhias, acredita a professora de gestão de pessoas da Fundação Getúlio Vargas Anna Cherubina Scofano. “Temos alguns elefantes brancos que não se atualizam. Seria preciso mexer em práticas já institucionalizadas e fazer uma análise de mercado e dos cursos”, afirma. “Mas grande parte do mercado aceita bem, porque dá enfoque para as competências.”

Para o presidente do Sindicato dos Tecnólogos, Décio Moreira, a reserva de mercado de outras categorias também causa dificuldades aos formados. “A empregabilidade dos cursos é alta, mas a questão é o tipo de responsabilidade que nos deixam assumir. Um tecnólogo está completamente apto em sua área de formação, mas nem sempre isso é reconhecido”, diz.

O coordenador de Ensino Superior do Centro Paula Souza (que mantém as Fatec), Angelo Luiz Cortelazzo, diz que a dificuldade com os órgãos de classe é natural. “Toda nova profissão tem dificuldade em se estabelecer. Isso vai melhorar com a ocupação dos espaços corporativos pelos tecnólogos.” Ele acredita que uma postura mais correta das instituições de ensino também ajudaria a classe. “Às vezes são as próprias faculdades que fazem propaganda dos cursos de tecnologia como “rapidinho”, dizem que você pode em seguida fazer uma graduação “plena””, critica.

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Defesa – A Petrobras informa que não aceita tecnólogos em seus processos seletivos porque “para a empresa, existem diferenças nos diplomas de graduação de ensino superior, seja quanto à carga horária, seja quanto à abrangência de atuação”. “O currículo de bacharel atende à companhia, visto que contém disciplinas importantes para o exercício de atribuições na indústria do petróleo”, diz a nota.

A Caixa Econômica Federal explicou que abre concursos para técnico bancário, para os quais não há exigência de curso superior, e para carreiras como advogado, arquiteto, engenheiro. Nesses casos, “exige-se diploma” e também o registro em órgão de classe.

A EMTU informou que define o perfil profissional mais adequado às suas necessidades de pessoal, conforme permite a legislação vigente. “A condição de gestora e não de operadora do sistema intermunicipal de transportes faz com que cargos de graduação superior com maior carga horária sejam mais adequados à natureza da empresa”, afirma o texto enviado à reportagem. A Companhia do Metropolitano de São Paulo informou estar aberta à contratação de tecnólogos no futuro.

(Com Agência Estado)

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