Dez passos e 20 questões para escolher uma carreira no vestibular (Thinkstock/VEJA/VEJA)
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Entre o A da administração e o Z da zootecnia, existem atualmente quase 300 cursos de nível superior no Brasil. É compreensível, portanto, que a dúvida se imponha aos jovens, às vezes de maneira aflitiva, no momento em que eles têm que optar por um só curso: o vestibular. “O que mais incomoda garotos e garotas às voltas com a escolha de uma profissão é a sensação de que, apesar do grande potencial de que dispõem, eles terão de escolher apenas uma carreira, deixando muitas outras para trás”, diz Maria Beatriz de Oliveira, psicóloga e orientadora vocacional da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
A tarefa do vestibulando de escolher uma opção de fato não é simples. Mas não precisa se transformar em um processo doloroso. Ao contrário. Pode ser o momento de pequenas aventuras e algumas descobertas. Um exemplo de aventura: procurar profissionais que já estão integrados ao mercado e ouvir deles como é o dia a dia de suas atividades. Outra possibilidade: visitar o local onde esses profissionais atuam. Afinal, é ali que o aspirante poderá trabalhar no futuro próximo.
Os especialistas aconselham que o candidato invista um pouco no autoconhecimento, além de fazer pesquisas sobre o curso pretendido e o mercado de trabalho. “O objetivo desse processo é expandir o conhecimento do vestibulando: quanto maior for seu horizonte na hora da decisão, mais certeira será sua escolha”, diz Silvio Bock, pedagogo e orientador vocacional. Confira as orientações dos especialistas no quadro abaixo. Continue a ler a reportagem
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1. Autoanálise: Pontos fortes
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Reflita sobre suas competências e habilidades – aquelas que se tornaram evidentes ao longo de sua vida, como a facilidade com números ou para a escrita. Elas são um bom indicador das carreiras nas quais você pode se sentir à vontade. Mas lembre-se: uma trajetória profissional raramente se constrói com base apenas em um talento nato.
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2. Autoanálise: Pontos fracos
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Reflita sobre as áreas de aprendizado que lhe trouxeram dificuldades e pergunte-se: seus problemas com os números ou com o desenho, por exemplo, são questão de talento ou de empenho? Habilidades podem ser desenvolvidas, se houver real interesse.
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3. Análise das carreiras: Método de eliminação
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É importante informar-se sobre todos os cursos de ensino superior. É uma tarefa árdua. Mas, com os dados à mão, fica mais fácil identificar carreiras com as quais há afinidade e, principalmente, descartar outras com as quais não há identificação.
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4. Análise das carreiras: Foco nas favoritas
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É hora de aprofundar-se na investigação das carreiras preferidas. Recorra a guias e feiras de profissões para saber: qual a formação oferecida pelos cursos, qual o campo de atuação dos profissionais das áreas e quais as melhores instituições de ensino.
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5. Análise das carreiras: Investigação de campo
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Procure profissionais que já atuam nas áreas de seu interesse, munido de um questionário claro e objetivo que ajude a entender o dia a dia daquela atividade: aborde questões que não foram esclarecidas nos guias e feiras de profissões.
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6. Análise das carreiras: Disciplinas
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Analisar a grade curricular dos cursos pretendidos também é importante: ela mostra como serão os próximos anos de estudo. Se o curso analisado inclui biologia ou matemática, e essas não são áreas de sua preferência, repense a escolha.
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7. Análise das carreiras: Carreira A vs. Carreira B
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Devido à grande oferta de cursos, o candidato pode ficar dividido entre duas opções aparentemente semelhantes. Os especialistas alerta, contudo: não há carreiras idênticas. Por isso, analise de perto a grade curricular e o campo de atuação.
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8. Análise das carreiras: Hobby vs. Profissão
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Encontrar prazer no trabalho é a situação ideal. Mas é importante não confundir hobby com profissão. Quem opta pela faculdade de educação física porque gosta de jogar futebol, por exemplo, pode se frustrar. Profissões são mais complexas que isso.
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9. Análise de mercado: Empregabilidade e salário
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Analisar o mercado de trabalho é a parte final do processo. É vital conhecer a realidade – o que inclui salário – da carreira pretendida para evitar decepções. Essas informações não devem ser o único critério para a escolha, mas não podem ser ignoradas.
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10. Análise de mercado: Ciclos de mercado
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Costuma-se dizer que uma profissão está em alta ou em baixa. É importante lembrar que todas as carreiras obedecem ciclos: um mercado promissor hoje pode estar saturado em cinco anos. Utilizar esse critério como único para a escolha é um equívoco.
Os especialistas sugerem também que o candidato dedique especial atenção à reflexão sobre si mesmo. Na prática, trata-se de pensar sobre as próprias competências e habilidades e também sondar as expectativas quanto ao futuro. O objetivo do processo é apontar carreiras com que o jovem tem mais afinidade, nais quais, em tese, se sentiria mais realizado como profissional. “O filósofo grego Platão costumava dizer que encontramos a felicidade quando utilizamos nossos talentos na sua potencialidade máxima”, diz Villela da Matta, presidente da Sociedade Brasileira de Coaching. “Melhor, portanto, quando encontramos a carreira certa.”
Os estudiosos do assunto concordam que a melhor forma de sondar as próprias habilidades e expectativas é questionar-se. “Quando estamos diante de uma questão difícil, vale muito elaborarmos as perguntas corretas. Elas nos guiarão até as respostas”, diz Villela da Matta. É justamente o caso dos jovens que se perguntam: “Que carreira devo escolher?” Confira no final desta reportagem o questionário sugerido Sulivan França, presidente da Sociedade Latino-Americana de Coaching.
Quase metade dos estudantes que abandonam seus cursos o fazem porque julgam ter escolhido a carreira errada, revelou um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP). Compreende-se por quê. Em geral, a opção por uma carreira é feita muito cedo, entre os 17 e 21 anos, momento em que o jovem ainda descobre o mundo e suas possibilidades. A eventual desistência ou mudança de rumo não pode, portanto, ser vista como fracasso. A dúvida é natural.
“Os conhecimentos provenientes de um curso abandonado não devem ser encarados como perda de tempo ou atraso de vida”, diz a orientadora vocacional Maria Beatriz. “A vida é um eterno recomeço e essa experiência certamente será usada pelo jovem como mais um aprendizado.”
Nesse caso, os pais têm um papel extremamente importante. Eles devem participar da escolha dos filhos, preservando, contudo, o espaço necessário para as opções deles. “A influência familiar é um dos grandes fatores de pressão e frustração” diz Villela da Matta. É compreensível que o dono de uma empresa queira ver o filho ocupando sua posição no futuro, ou ainda que um advogado deseje ver a filha seguindo seus passos no Direito. Mas a escolha profissional é pessoal e intransferível. “Permitir que os jovens se responsabilizem pelas próprias escolhas também faz parte do processo de amadurecimento deles”, acrescenta.
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1. Identifique competências
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O objetivo é estimular o candidato a refletir sobre preferências e habilidades – as conhecidas e outras que talvez ele ignore.
1. O que você gosta de fazer?
2. O que você ama fazer?
3. Em que atividades você se destaca?
4. O que faz com maestria?
5. Qual é sua paixão secreta?
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2. Esclareça objetivos
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O propósito é ajudar o candidato a refletir sobre as expectativas acerca da carreira que ele está prestes a escolher.
6. Que planos tem para sua vida nos prazos de um, três e cinco anos?
7. Quais frutos espera colher ao concluir a universidade?
8. De que maneira acredita que a graduação pode mudar sua vida?
9. Que tipo de conquistas está buscando?
10. Que passos pretende seguir para alcançar a carreira almejada?
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3. Reconheça recursos disponíveis
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O objetivo é analisar facilidades e dificuldades que podem influenciar o sucesso do candidato na busca por uma carreira.
11. Qual o papel de sua família nessa decisão? Ela o apoia?
12. E os amigos?
13. Você possui as habilidades necessárias para abraçar a carreira pretendida?
14. E dinheiro?
15. De que outros recursos você irá precisar? Como pretende obtê-los?
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4. Diferencie alternativas
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O propósito é identificar as carreiras que despertam interesse no candidato e destacar, entre elas, as que mais se adequam ao perfil dele.
16. Quais são suas opções de carreira?
17. Quem pode ajudá-lo a esclarecer dúvidas a respeito delas?
18. Quais as vantagens e desvantagens de cada uma das carreiras pretendidas?
19. Qual lhe traria maior satisfação?
20. Qual lhe daria mais frutos?