Na primeira declaração após as denúncias de fraudes nos testes de emissão de poluentes nos Estados Unidos, o presidente da Volkswagen no Brasil, David Powels, reafirmou o plano de investir 10 bilhões de reais no Brasil. A afirmação, publicada nesta quarta-feira pelo jornal Valor Econômico, foi feita mesmo em meio à revisão que a montadora está fazendo em seus investimentos globais, após a descoberta da fraude que deve lhe causar um prejuízo bilionário em multas, processo e recalls.
“Não vamos cortar produtos no Brasil. Vamos continuar com nossos planos”, disse Powels, ao ressaltar que o pente fino nos investimentos planejados pela multinacional alemã não terá grande impacto na renovação dos modelos vendidos no Brasil. Ele participou de evento do setor automotivo nesta terça-feira, em São Paulo.
O programa, lançado no ano passado, prevê investimentos destinados, sobretudo, à produção local de carros globais da marca até 2018. O ciclo de inclusão do país na plataforma tecnológica mundial já resultou na nacionalização de três modelos – o subcompacto Up!, a nova geração do Golf e o sedã Jetta. Estão previstos lançamentos nos próximos anos.
Embora a subsidiária do Brasil dependa do caixa da matriz na Alemanha para financiar parte dos empreendimentos, Powels garante que a prioridade em modernizar a gama de produtos fecha espaço para grandes cortes nos aportes. “Não vamos reduzir [os investimentos]. Precisamos investir em uman ova plataforma e introduzir carros no país. Não há possibilidade de cortar muito”, disse o executivo.
Questionado sobre o escândalo de fraude na emissão de poluentes no país, Powels disse que será divulgado um comunicado sobre o assunto nos próximos dias. A expectativa é que a montadora revele se a picape Amarok, único modelo a diesel vendido no país, faz parte dos 11 milhões de veículos afetados pelo software capaz de enganar inspetores ambientais.
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(Da redação)