Por Deisy Buitrago
PUERTO ORDAZ, Venezuela, 8 Jan (Reuters) – O ministro do petróleo da Venezuela afirmou que não espera uma decisão na arbitragem do Banco Mundial sobre a Exxon Mobil este ano, depois que outro tribunal concedeu à empresa norte-americana 908 milhões de dólares na semana passada.
Ambos os casos referem-se à nacionalização feita pelo presidente Hugo Chávez do projeto petrolífero de Cerro Negro no país, que é membro da Opep, depois de anos de batalhas legais entre a Exxon e seu governo socialista.
Na semana passada, um painel da Câmara Internacional de Comércio deu à empresa norte-americana 908 milhões de dólares, voltando as atenções para o processo em curso no Centro Internacional para Acordos de Disputas sobre Investimentos do Banco Mundial (ICSID).
Esse caso deve ser discutido no próximo mês, mas o ministro do Petróleo, Rafael Ramírez, disse não esperar um veredito neste ano.
“De maneira alguma vai sair em 2012”, disse Ramírez à Reuters nos bastidores de uma visita ao cinturão de petróleo bruto de Orinoco, na Venezuela, por Chávez e o presidente do Peru, Ollanta Humala.
A decisão no maior caso da ICSID pode abrir precedente para futuras disputas entre empresas energéticas e Estados produtores, que vêm buscando uma parcela maior da receita de petróleo conforme sobem os preços e fica mais difícil encontrar novas reservas.
Questionado sobre a chance de um acordo em um caso separado que a Venezuela enfrenta de outra gigante de petróleo, a ConocoPhillips, Ramirez disse: “Não. Continuamos com a arbitragem”.
Na quarta-feira, Chávez zombou da decisão da Câmara Internacional de Comércio de que a Venezuela deve indenizar a Exxon, dizendo que a empresa norte-americana deveria pagar à Venezuela por ter “roubado” o país.
Durante anos Chávez acusa empresas de petróleo estrangeiras de saquear as reservas da nação, mas mantém relações próximas com muitas delas.