Um em cada quatro domicílios urbanos alugados no país são um problema para os inquilinos, que têm de reservar mais de 30% da renda para pagar pela moradia, restringindo gastos com outras necessidades básicas. O número faz parte da Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quarta-feira, que tem como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013.
Conforme o instituto, a população de baixa renda é a que mais sofre com o peso dos aluguéis. Entre todos os domicílios alugados, 25,7% se encaixam na categoria “ônus excessivo”, ou seja, cujo aluguel excede o patamar definido por organismos nacionais e internacionais, segundo o IBGE. Na faixa de domicílios onde a renda per capita é de até meio salário mínimo, essa proporção sobre para 55%.
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“Um valor de aluguel que corresponda a uma parcela elevada do rendimento domiciliar pode indicar uma situação de vulnerabilidade, na medida em que os gastos com moradia estarão comprimindo a renda disponível para satisfazer outras necessidades da unidade domiciliar, especialmente no caso de famílias de baixa renda”, diz o estudo.
Em números absolutos, são 2,9 milhões de residências alugadas por um valor acima do considerado razoável para a renda dos inquilinos. A região metropolitana de Belém tem a maior proporção de aluguéis de alto valor em comparação com a renda do inquilino, chegando a 33,8%. Na região metropolitana de São Paulo, os aluguéis excessivos atingem 30,6% dos domicílios.
(Com Estadão Conteúdo)