O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini (BC), destacou nesta terça-feira, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que os investimentos registram tendência de expansão no primeiro trimestre deste ano. “Neste item importante da economia, o crescimento apareceu no quarto trimestre 2012 e os indicadores antecedentes apontam para expansão do investimento da economia no primeiro trimestre deste ano”, disse. Tombini ainda afirmou que o BC usará instrumentos de política monetária para atacar a inflação quando e se achar necessário.
Quanto à economia brasileira, ele avaliou que o país está ‘experimentando’ uma recuperação gradual da atividade. “O processo ocorre de forma gradual e a perspectiva é que se intensifique ao longo de 2013”, previu. Ele disse ainda que a autoridade monetária está acompanhando a evolução do cenário macroeconômico para avaliar a necessidade de adotar outras medidas.
De acordo com ele, há sinais consistentes de recuperação da indústria, com indicadores sugerindo crescimento no primeiro trimestre, mesmo após a queda de 2,5% da produção em fevereiro ante janeiro divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Sobre a inflação, o presidente do BC disse que, em “boa parte” de sua apresentação na CAE, iria apresentar a evolução nos últimos tempos e as perspectivas para os próximos meses dessa variável. “Temos falado que a inflação tem mostrando certa resistência ao longo dos últimos meses”, adiantou.
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Setor externo – No início de sua fala, Tombini disse, porém, que a perspectiva para o cenário externo continua sendo caracterizado por expectativa de baixo crescimento econômico ao longo dos próximos anos. “Episódios recentes demonstram fragilidades no campo financeiro, como o episódio do Chipre. Mas, de certa forma, relembro a todos, que incertezas permanecem sobre a economia internacional”, disse.
Para ele, a zona do euro ainda está com concentração de desemprego, a China está estabilizando sua taxa de crescimento em níveis ainda significativos e os Estados Unidos (EUA) demonstram expansão mais promissora, onde há sinais de recuperação, citando vendas, mercado imobiliário e mercado de trabalho. “O mercado de trabalho, nos Estados Unidos, já apresenta queda do nível de desemprego, enquanto na economia da zona do euro o desemprego é crescente. O dado de fevereiro que saiu hoje mostra certa estabilidade”, pontuou.
Em fevereiro, o número de pessoas desempregadas nos 17 países que adotam o euro como moeda chegou a 19,071 milhões, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pela agência oficial de estatísticas Eurostat. Trata-se do mais alto número de desempregados desde o início da série, em 1995. No segundo mês do ano, o total de pessoas sem emprego sofreu um acréscimo de 33.000 trabalhadores, o que manteve a taxa de desemprego estável na comparação com a taxa revisada para cima de janeiro, em 12% – também um recorde.
Para as economias emergentes, o ritmo de atividade tem se intensificado, conforme o presidente do BC. Esse movimento, segundo ele, é amparado principalmente pelo mercado doméstico, dado que o crescimento do mercado global ainda é modesto.
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(com agência Reuters e Estadão Conteúdo)