O Starbucks anunciou nesta segunda-feira que vai banir os canudos de plástico de todas as unidades de sua rede até 2020. Para substitui-los, a multinacional criou um copo com tampa inclinada que permite ao consumidor tomar o líquido diretamente do recipiente. As informações foram divulgadas pelo site americano Fast Company.
O design, entretanto, não foi criado para acabar com os canudos de plástico. O copo começou a ser pensado em 2016 por causa de uma nova bebida: o café com infusão fria de nitrogênio. A graça da bebida estava em seu topo espumoso – mas o modo tradicional de beber o café, com um canudinho, começa na parte inferior. Com isso, o Starbucks passou a considerar alternativas aos canudos.
“Nós rapidamente percebemos as implicações disso em nossa capacidade de reduzir o uso dos canudinhos”, disse a vice-presidente de impacto social global da Starbucks, Colleen Chapman, ao Fast Company.
Segundo o site, o Starbucks deve usar o novo copo para servir todas as suas bebidas frias até 2020. A exceção será para as bebidas mais grossas – que serão acompanhadas por um canudo de papel. No ano passado, bebidas frias representaram 50% das vendas da rede. A empresa também é responsável por usar 1 bilhão de canudos de plástico por ano, segundo suas próprias estimativas.
Guerra contra os canudos
Recentemente, o McDonald’s anunciou que vai substituir os canudos de plástico por canudos de papel em todos os seus restaurantes do Reino Unido e Irlanda a partir de setembro. A rede utiliza 1,8 milhão de canudos por dia apenas nessas regiões.
A guerra contra o produto começou há três anos, quando o vídeo de uma tartaruga viralizou na internet. O animal tinha um canudinho entalado nas narinas. Nos Estados Unidos, 500 milhões de canudos são usados e descartados diariamente. No Brasil, não há dados tão precisos, mas segundo o IBGE, a produção foi de 2.800 toneladas em 2015.
Apesar de ter uma vida útil de dez minutos – o tempo que se gasta para tomar um refrigerante –, o canudo de plástico demora 500 anos para se decompor na natureza.
Desde que a produção de canudinhos em larga escala teve início, nos anos 60, estima-se que vaguem por aí, como detritos, 8,3 bilhões de toneladas de objetos feitos de plástico. Além disso, a indústria do poliestireno colabora para o agravamento do aquecimento global, pela emissão de gás carbônico na atmosfera, polui ecossistemas e ameaça a sobrevivência de animais em risco de extinção, como algumas das espécies de tartarugas marinhas.